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‘Sinais do Rombo’: Anderson Sousa suspende Feira da Laranja para “economizar gastos” em Rio Preto da Eva

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'Sinais do Rombo': Anderson Sousa suspende Feira da Laranja para "economizar gastos" em Rio Preto da Eva

Amazonas – Uma grave denúncia de má gestão financeira e tentativa de encobrir um rombo previdenciário abala a administração do prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa (PP). O prefeito, que enfrenta acusações de gastos excessivos e desvio de recursos, agora tenta cortar gastos e cancelar eventos culturais tradicionais, como a Feira da Laranja e a Marcha para Jesus, na tentativa de encobrir o rombo previdenciário que coloca em risco o futuro dos servidores públicos e pensionistas do município.

A gestão de Anderson Sousa tem sido marcada por contradições e decisões polêmicas. Ao assumir a presidência da Associação Amazonense dos Municípios (AAM) em dezembro do ano passado, ele enfatizou que órgãos de controle não poderiam intervir nas festas do interior, que ajudam a aquecer a economia dos municípios. No entanto, agora, ele justifica o cancelamento dos eventos culturais  tradicionais de Rio Preto da Eva devido à falta de recursos, alegando cumprir medidas do governo do Estado para manter o equilíbrio fiscal.

De acordo com informações dos bastidores, Anderson Sousa gastou mais do que deveria, sem um planejamento financeiro adequado e agora corre o risco também de ficar sem dinheiro para custear a próxima campanha eleitoral para prefeitura de Rio Preto da Eva em 2024. Agora, diante do rombo nos cofres públicos e crise previdenciária que assola o município, ele tenta cortar gastos de forma drástica, afetando diretamente a comunidade local.

Fim de Eventos Culturais e Obras  

O  prefeito anunciou a suspensão de todos os eventos culturais do município, incluindo a tradicional Feira da Laranja e a Marcha para Jesus. Além disso, as obras que estavam previstas para serem realizadas com recursos próprios pela Prefeitura de Rio Preto da Eva também foram suspensas, com exceção das obras com convênio com o governo estadual e federal.

Aviso de demissões

Correndo para conter gastos, o prefeito Anderson Sousa admitiu o risco de que as atuais medidas resultem em demissões na administração pública de Rio Preto da Eva. “Vou aguardar o fim do mês agora para não demitir ninguém”. Já deixou um aviso prévio sobre a crise que se assola.

Origens da Crise Previdenciária

A crise previdenciária em Rio Preto da Eva não é apenas uma questão de falta de planejamento econômico. Ela é resultado de supostos desvios de recursos públicos e corrupção na gestão de Anderson Sousa. As dívidas milionárias do Instituto Previdenciário de Rio Preto da Eva (RIOPREV) parecem refletir uma bola de neve sem precedentes. O Instituto Previdenciário de Rio Preto da Eva (RIOPREV), responsável por garantir a aposentadoria e pensões dos servidores municipais, encontra-se mergulhado em uma dívida milionária proveniente de repasses insuficientes da prefeitura. Essa bola de neve financeira, que reúne mais de 1200 nomes em seu Extrato Mensal da Folha por Organograma, representa uma verdadeira bomba relógio prestes a explodir.

Desde que Anderson Souza assumiu o cargo de prefeito do município, as suspeitas de irregularidades e desvios de verbas têm permeado a administração municipal. No dia 9 de dezembro de 2022, veio à tona um escândalo previdenciário que abalou Rio Preto da Eva. O presidente e os conselheiros do RIOPREV admitiram uma dívida astronômica da prefeitura e outros órgãos municipais. Nada menos que R$ 15 milhões devidos pela prefeitura, mais R$ 27 mil da Câmara Municipal e ainda uma dívida superior a R$ 54 mil com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

O documento foi assinado pelos seguintes servidores Uédio Ramilson Leite da Silva, Presidente do Conselho Fiscal e os conselheiros Jeferson Lindoso Macedo e Mª Edisângela Rodrigues da Silva.

As manobras para esconder as irregularidades logo começaram a ser arquitetadas. 

Em 3 de março de 2023, a mesma comissão que havia denunciado a grande débito, “esqueceu” das dívidas milionárias ao emitir um parecer sobre a prestação fiscal previdenciária do ano anterior. Surpreendentemente, a conclusão foi de que “não houve danos ao erário em 2022”. Enquanto a dívida estava bem escondida, apenas “créditos a receber” foram mencionados, totalizando uma quantia de R$ 16.330.564,13.

Veja também: Possíveis Desvios de Recursos Públicos Abalam Rio Preto da Eva

Gestora multada

Outra figura que surge no meio do escândalo é Larissa Farah, antiga diretora presidente do Instituto de Previdência de Rio Preto da Eva. Condenada pelo TCE-AM a devolver R$ 676,8 mil, Larissa misteriosamente volta ao órgão, assumindo o cargo de Presidente do Conselho Fiscal. E não para por aí, suas redes sociais são repletas de ostentação em viagens internacionais e alianças com figuras políticas influentes.

No dia 23 de agosto de 2022, Larissa foi condenada pelo Pleno do TCE-AM.

Durante a 31 ª sessão ordinária, o Pleno do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) multou a ex-diretora presidente do Instituto de Previdência de Rio Preto da Eva, Larissa Farah da Costa, referente ao exercício de 2019, em R$ 676,8 mil considerando multa e alcance.

Segundo a relatora do processo, conselheira Yara Lins dos Santos, a gestora não apresentou a comprovação do envio das Informações e Dados Contábeis dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) à Secretaria da Previdência Vinculada ao Ministério da Fazenda (MF), conforme determinado em lei.

Larissa Farah da Costa também deixou de justificar e não encaminhou a documentação comprobatória, referente ao recolhimento das contribuições previdenciárias descontadas dos servidores da Câmara Municipal de Rio Preto da Eva, sob o Regime Geral de Previdência, Instituto de Previdência do Município de Rio Preto da Eva (Rioprev).

Pelos atos antieconômicos cometidos, a gestora foi multada em R$ 6,8 mil e considerada em alcance de R$ 670 mil e tem o prazo de 30 dias para pagar a multa ou recorrer da decisão.

A ligação de Larissa com o prefeito Anderson Souza (UB) levanta ainda mais suspeitas sobre seu retorno ao RIOPREV após a condenação. Elisson Silva dos Santos, seu “aprendiz”, assumiu seu antigo cargo enquanto Uédio Ramilson Leite da Silva, voltou a ser assessor de comunicação após “devolver” o cargo para Larissa Farah.

No meio desse emaranhado de irregularidades, a pergunta permanece: para onde foram os R$ 15 milhões que a prefeitura de Rio Preto deve aos caixas previdenciários? Uma pergunta que ecoa nos corredores da prefeitura e na mente da população que merece respostas.


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