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Contrariando Lula, Sinésio Campos defende garimpo sustentável e ‘extrativismo mineral familiar’ no AM

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Amazonas – O deputado estadual Sinésio Campos (PT), membro da comissão de transição do presidente eleito, Lula Inácio da Silva (PT), pretende propor ao novo governo um debate sobre o “extrativismo mineral familiar” na Região Amazônica. O petista diz que o estado deve se apropriar nesse debate e definir o que é permitido ou não, criando assim uma política mineral.

A proposta, no entanto, enfrenta resistência por parte de Lula que em viagem a Manaus em plena campanha eleitoral, prometeu acabar com o garimpo ilegal assim que assumir o Planalto. Na época, o presidente eleito fez promessas para mitigar os impactos ambientais que a maior floresta tropical do mundo sofre principalmente nos territórios indígenas, quilombolas e ribeirinhos, mas não explicou como vai retirar os mais de 30 mil garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, por exemplo.

Neste território, além do envolvimento de políticos, empresários e comerciantes com alto poder aquisitivo, o narcotráfico patrocina a exploração ilegal de ouro e estanho. Lula prometeu criar o Ministério dos Povos Originários e demarcar territórios indígenas.

Resistência

Para acabar com os garimpeiros ilegais na Amazônia, Lula terá que  convencer seus próprios aliados, entre eles o senador Omar Aziz (MDB-AM) e o próprio deputado Sinésio, ambos políticos pró-garimpo no rio Madeira e em terras indígenas no Amazonas.

Campos, por exemplo, foi autor de um grupo de trabalho em 2015 denominado “Mineração em Terras Indígenas” para liberar a exploração em São Gabriel da Cachoeira, o município que abriga a maior população de povos no Alto Rio Negro.

Sinésio diz  que há  muitas famílias que vivem no entorno do Madeira, “que não é área indígena”, e  que  atuam na extração de ouro “de forma artesanal”. “Não são aqueles grandes que poluem e contaminam. É uma realidade da Amazônia que ninguém pode esconder”, defende.

Proposta

Prefeitos do  Amazonas defendem como alternativa ao fim do garimpo regularizar e regulamentar  a prática realizada, sobretudo, no rio  Madeira, onde, em 2021, houve uma invasão de centenas de balsas garimpeiras que repercutiu internacionalmente.


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