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Bomba! Depois de ser expulso da Fucapi, Aldous Santana é acusado de dar ‘calote’ em investidores

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Proprietário da Azione Educação, que foi expulso do controle da Faculdade Fucapi, é investigado pelo MPT e também acusado de fraude por empresários de São Paulo.

O empresário Aldous Raiol Santana, que hoje acumula oito execuções penais do Tribunal e Justiça do Amazonas (Tjam), acusação de fraudes na gestão da Fucapi por meio da empresa Azione Educação, é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), também está sendo acusado na Justiça de dar calote em empresários paulistas. Eles investiram R$ 88 mil num projeto esportivo de alcance nacional e internacional, apresentado por meio da empresa Intake Marketing e Pesquisas.

Com o projeto chamado Maximus Race, Maximus Kids, Maximus Up e Maximus Sprint, Aldous assinou com os investidores de São Paulo um contrato, em fevereiro de 2017, para realizar um extenso calendário de corridas em cidades como Porto Alegre, Vitória, Goiânia, Fortaleza, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Belém e Natal, além de um evento na Europa, em Portugal.

De acordo com o advogado do caso, Rodrigo Porto, o processo corre em segredo de Justiça. Mas, pelo que a reportagem apurou, o objetivo do investimento era produzir e comercializar eventos esportivos. Deste modo, o investimento foi feito em duas etapas. A primeira de R$ 70 mil para um evento inicial em Fortaleza, seguida de mais um aporte de R$ 18 mil para avanço dos eventos. O contrato teria sido assinado no dia 23 de fevereiro de 2017 e, desde então, nenhum relatório de prestação de contas do dinheiro investido e das corridas foi apresentado.

Os investidores paulistas chegaram a tentar contato com o empresário Aldous Santana por várias vezes, mas eles não tiveram retorno sobre os investimentos realizados, mesmo tendo realizado vários eventos em diversas cidades. Desde então, os investidores de São Paulo deram entrada num processo na Justiça do Amazonas contra Aldous Raiol Santana, para que o mesmo exiba documentos de corridas realizadas pelo Brasil.

Há meses o empresário não é encontrado em Manaus para o cumprimento das decisões judiciais. Procurado pela reportagem para comentar sobre o novo processo judicial, o empresário Aldous Raiol não foi encontrado por meio dos números de telefone da Intake 99458-XXXX, em Manaus, localizada na rua Rua Esmeralda, bairro Nossa Senhora das Graças, e em São Paulo pelo (011) 99989-XXXX, localizado na rua Apeninnos, 400 – Sala 604, bairro Aclimação, conforme consta no site da empresa. Inclusive, foi apurado que a empresa nunca esteve instalada no endereço de São Paulo que consta no site (https://intake.com.br/).

“Negócio das Arábias”
Ao estilo “Steve Jobs”, no ano passado, Aldous Raiol Santana apresentou em um grande evento realizado no Studio 5, um grande plano de negócio que previa, entre outras coisas, a recuperação, expansão e inovação da faculdade Fucapi, e a chegada de marcas em Manaus como a da cafeteria Starbucks. Tudo isso iria acontecer, segundo ele, com recurso de investidores árabes de Dubai.

Com a empresa Azione, o empresário até conseguiu convencer o conselho da Fundação Fucapi a gerenciar apenas a parte educacional do empreendimento. Já em abril de 2018, a fundação enfrentava sérios problemas financeiros com atrasos de salários de professores e a Azione pagou o atrasado de abril. No entanto, em junho o conselho da Fucapi retomou o controle da faculdade e expulsou Aldous Raiol Santana.

Segundo professores que preferiram resguardar seus nomes, a expulsão ocorreu porque, já nos primeiros meses, Aldous não cumpriu requisitos do acordo. Para tomar conta da Fucapi, o empresário acordou com o conselho da fundação um aporte mensal de R$ 300 mil, mais um percentual do faturamento da faculdade. Ocorre que nenhum desses recursos foi repassado em abril, maio e junho do ano passado à fundação.

“No primeiro mês esse investimento que viria de Dubai nunca chegou aqui. Não pagaram os R$ 300 mil à fundação nem os funcionários. A fundação bloqueou o acesso ao sistema de educação. A Azione não poderia mais fazer matrícula nem emitir nota. Quem trabalhou na secretaria nesse período, se não obteve uma doença ocupacional foi por pouco. A Azione começou a dizer que ia cair. Passou abril, maio e junho e a Fucapi tomou o negócio a força”, relata um ex-funcionário que pediu para resguardar o sigilo constitucional da fonte.

De acordo com ele, junto com a Azione entraram na Fucapi 88 funcionários no campo diretivo, acadêmico, corpo gerencial e projetos e todos saíram sem receber nenhum pagamento. “Houve até uma melhora razoável do campus da Fucapi logo que a Azione chegou. Mas, em junho demitiram grande parte dos funcionários. Hoje tem gente que ganhou na Justiça, mas não conseguiu receber nada. Dava até uma série na Netflix muito boa. Era um negócio das arábias onde muita gente foi enganada e pelo jeito não vai receber nada”, comentou.

Fora do País
Segundo a fonte, o que se fala entre os ex-funcionários que saíram no prejuízo é que Aldous fugiu para Portugal. “Não sabemos mais o que fazer com essa história. Sofremos muito desgaste. Nós fizemos denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT), mas nunca ninguém entrou em contato conosco”, conta o ex-funcionário.

De acordo com a assessoria de comunicação do MPT, a denúncia dos ex-funcionários da Azione Educação, registrada sob o protocolo de número 2.11.000.000697/2018-61, está no estágio de Inquérito Civil, sob sigilo, reunindo evidências e provas. Depois dessa fase, o MPT pode formular um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), uma Ação Civil Pública ou o inquérito é arquivado. Como a investigação está sob sigilo, a assessoria não pode informar nas mãos de qual procurador do trabalho se encontra o processo. Caso, o inquérito seja transformado em TAC ou Ação Civil Pública ou arquivo, o processo se tornará público.

Fonte Portal Chumbo Grosso

 


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