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Apaixonado pela causa animal, vereador Kennedy Marques trata assessora como “cadela”

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Apaixonado pela causa animal, vereador Kennedy Marques trata assessora como cadela

Manaus – Nos últimos anos, o meio político veio adotando uma nova bandeira: a causa animal. No entanto, algumas figuras acabam usando a aparência de virtude em cuidados aos Pets para tentar esconder seus escândalos e as próprias falhas de caráter, inclusive em relação ao tratamento com outras pessoas.

É o caso do vereador Kennedy Marques, que foi denunciado por uma servidora da Câmara Municipal de Manaus após ter sido enganada e tratada pior do que um animal abandonado. A assessora conta em áudio que foi realocada da sua função, que seria desenvolver atividades ligadas às relações com a comunidade com a causa animal, para se tornar a serviçal doméstica, cozinheira e serviços gerais pessoal do vereador e da mãe dele.

Nos áudios, a mulher diz ter se frustrado com as promessas de Kennedy Marques, que fez com que ela se desviasse da função de Secretária Executiva na Câmara Municipal de Manaus.

Ela conta que tinha sonhos de atuar na causa animal, mas foi colocada pelo vereador para realizar trabalhos de limpeza, preparar lanches e refeições, além ter de ficar sempre de “prontidão” para atuar como companhia para mãe do parlamentar. A mulher ainda teve a imagem dos trabalhos que realizava como protetora redirecionadas para imagem pública de Kennedy. Ou seja, ações que ela realizava por conta própria no tempo-livre cuidado de animais, eram colocadas como se Kannedy fosse o autor. “Ele dizia que a gente não era mais a gente, agora a gente era ‘Kennedy Marques’, e tudo deveria ser para impulsionar a imagem pública dele”.

Cansada e doente após ter sido explorada, a mulher precisou se ausentar por dois dias para cuidar da saúde. Nesse intervalo, foi demitida e descartada sem nenhuma humanidade.  Ela ainda tentou conversar com o vereador, mas foi atacada verbalmente pelo chefe de gabinete de Kennedy, identificado como Silvano da Silva.

“Não valeu nada a pena. Não me doaram ração, o meu salário baixou muito quando fui pro lado dele, não dava nem pra eu alimentar meus animais. Eu fui muito mal-tratada, fui tratada pior do que cadela abandonada”, conta.

Causa animal ou causa pessoal ?

O vereador João Kennedy também já foi alvo de outra polêmica, quando apresentou na Câmara Municipal de Manaus (CMM) um projeto de lei de 2021 que iria beneficiar a própria associação ao qual ele é fundador e ex-presidente.

O objetivo do projeto era dar à Anjos de Rua, o título de utilidade pública municipal e assim ganhar destaque para captar mais verbas por meio do Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública (CNEs) e ser isenta de tributos. A Organização Não Governamental (ONG) foi fundada pelo político em 2017 e, segundo os documentos juntados ao Projeto de Lei, Kennedy deixou a presidência da entidade há pouco mais de 4 meses.

Caso a proposta do vereador seja sancionada pelo prefeito de Manaus, a associação poderá ser incluída noe, dessa forma, ser beneficiada com isenção de tributos e ser apta a receber recursos públicos por meio de convênios.

Em 30 de novembro de 2020, João Kennedy deixou o cargo de presidente da ONG , nomeando Zuleika Conceição. Na mesma reunião, também foi indicado o nome de sua filha, Suellen Botelho Marques, como nova diretora administrativa e financeira.

Briga com protetoras

Outra polêmica do vereador Kennedy Marques foi ele ter processado duas protetoras de animais por não aceitar críticas. Nas ações propostas, o político pediu R$ 30 mil em danos morais devido a comentários nas redes sociais por críticas realizadas pelas protetoras por más condutas já denunciada pela assessora.

Derrota na Justiça 

O juiz da 3ª Vara do Juizado Especial Cível, Onildo Santana de Brito, julgou o processo do vereador contra Tânia Mussa e decidiu que não haveria qualquer motivo para o pedido de danos morais, uma vez que as críticas trazidas pela protetora não eram ofensivas a ponto de causar algum dano.

O processo contra Andrea Moreira foi julgado pela 8ª Vara do Juizado Especial Cível. Na sentença o juiz Marcelo Manuel da Costa Vieira destacou que o nome do vereador não foi sequer citado e que a crítica faz parte da liberdade de informar.

0627242-59.2021.8.04.0001-1-1 0629810-48.2021.8.04.0001-1


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