“Empréstimo de Lula” usando FGTS não vale a pena para o trabalhador, só para os banqueiros; alertam especialistas
Brasil – Lançado como uma das apostas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ampliar o acesso ao crédito, o programa “Crédito do Trabalhador”, que oferece empréstimos consignados a trabalhadores CLT com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), tem gerado controvérsias e críticas. Apesar da promessa de juros mais baixos, especialistas e análises recentes apontam que a nova modalidade pode não ser tão vantajosa quanto parece, trazendo riscos financeiros significativos para os trabalhadores.
Pai do pobres?
Não, perai! Ops pic.twitter.com/ROJAidZ0yN
— Flavia Magalhães (@FlaviaMSoares76) March 25, 2025
O programa, que entrou em vigor no dia 21 de março, permite que trabalhadores com carteira assinada utilizem até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória (equivalente a 40% do saldo em caso de demissão sem justa causa) como garantia para contratar empréstimos com desconto direto na folha de pagamento. O governo estima que a iniciativa possa movimentar mais de R$ 100 bilhões em três meses, substituindo linhas de crédito mais caras, como cheque especial e crédito direto ao consumidor. No entanto, o custo-benefício da operação tem sido questionado.
Porra, que baita notícia boa, hein?
O FGTS é dinheiro do trabalhador que, pela regra da porcaria da CLT, ele não pode usar. Aí o governo teve a ideia brilhante de fazer um empréstimo com o FGTS de garantia. Em vez de o trabalhador poder sacar o dinheiro e fazer o que ele quiser… https://t.co/U4fZy41dBv
— Renata Barreto (@renatajbarreto) March 12, 2025
Juros altos e perda de proteção
Embora o governo destaque que as taxas de juros devem cair de uma média de 103% ao ano para cerca de 40% com o uso do FGTS como garantia, simulações mostram que o custo ainda é elevado. Em um teste feito pelo Estadão, um empréstimo de R$ 1 mil, parcelado em 12 meses, resultaria em um valor total de R$ 1.208,40, com taxa de 3,04% ao mês – equivalente a cerca de 43% ao ano. Para economistas, essa taxa, embora menor que outras opções no mercado, não compensa o risco de comprometer o FGTS, um fundo que funciona como reserva de emergência para situações como demissão ou compra da casa própria.
Diante do FRACASSO completo deste governo, Lula decidiu “ajudar” os trabalhadores liberando empréstimo consignado para CLTs. Adivinhe como? Entregando o SEU FGTS pros banqueiros.
O Governo te toma um pedaço do salário todo mês, te impede de sacar quando precisa e, se você se… pic.twitter.com/hIBzlwUA48
— Arthur do Val – Mamaefalei ⬛️⬜️🟨 (@arthurmoledoval) March 24, 2025
Outro ponto de preocupação é o impacto na renda dos trabalhadores. O limite de comprometimento do salário é de 35%, mas, para quem já vive com orçamento apertado, isso pode significar um endividamento prolongado.
Posts em redes sociais também refletem o descontentamento. Usuários têm chamado o programa de “armadilha”, destacando que o FGTS, um direito trabalhista, está sendo usado para beneficiar bancos em vez de proteger o trabalhador.
E seu o trabalhador for demitido?
A garantia do empréstimo é o FGTS dele.
Essa é uma fatia obrigatória de 8% do salário de um CLT que vai para um fundo praticamente inacessível e que rende módicos 3% a.a., menos do que a inflação.
Se a ideia é emprestar esse dinheiro, por que…
— Daniel Scott (@odanielscott) February 9, 2025
Críticos apontam que o governo poderia ter optado por liberar o saque do FGTS em situações de emergência, como já ocorreu em gestões anteriores, em vez de atrelá-lo a um empréstimo consignado. Especialistas dizem que os trabalhadores não deveriam precisar pagar juros para acessar um recurso que já é deles. Isso é um desserviço disfarçado de benefício. A medida parece mais alinhada aos interesses das instituições financeiras, que ganham com os juros e têm garantia de pagamento, do que aos dos trabalhadores, dizem comentários no X.