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“Empréstimo de Lula” usando FGTS não vale a pena para o trabalhador, só para os banqueiros; alertam especialistas

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Empréstimo para CLT do Governo Lula usando FGTS não vale a pena para o trabalhador, só para os banqueiros; alertam especialistas

Brasil – Lançado como uma das apostas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ampliar o acesso ao crédito, o programa “Crédito do Trabalhador”, que oferece empréstimos consignados a trabalhadores CLT com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), tem gerado controvérsias e críticas. Apesar da promessa de juros mais baixos, especialistas e análises recentes apontam que a nova modalidade pode não ser tão vantajosa quanto parece, trazendo riscos financeiros significativos para os trabalhadores.

O programa, que entrou em vigor no dia 21 de março, permite que trabalhadores com carteira assinada utilizem até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória (equivalente a 40% do saldo em caso de demissão sem justa causa) como garantia para contratar empréstimos com desconto direto na folha de pagamento. O governo estima que a iniciativa possa movimentar mais de R$ 100 bilhões em três meses, substituindo linhas de crédito mais caras, como cheque especial e crédito direto ao consumidor. No entanto, o custo-benefício da operação tem sido questionado.

Juros altos e perda de proteção

Embora o governo destaque que as taxas de juros devem cair de uma média de 103% ao ano para cerca de 40% com o uso do FGTS como garantia, simulações mostram que o custo ainda é elevado. Em um teste feito pelo Estadão, um empréstimo de R$ 1 mil, parcelado em 12 meses, resultaria em um valor total de R$ 1.208,40, com taxa de 3,04% ao mês – equivalente a cerca de 43% ao ano. Para economistas, essa taxa, embora menor que outras opções no mercado, não compensa o risco de comprometer o FGTS, um fundo que funciona como reserva de emergência para situações como demissão ou compra da casa própria.

Outro ponto de preocupação é o impacto na renda dos trabalhadores. O limite de comprometimento do salário é de 35%, mas, para quem já vive com orçamento apertado, isso pode significar um endividamento prolongado.
Posts em redes sociais também refletem o descontentamento. Usuários têm chamado o programa de “armadilha”, destacando que o FGTS, um direito trabalhista, está sendo usado para beneficiar bancos em vez de proteger o trabalhador.

Críticos apontam que o governo poderia ter optado por liberar o saque do FGTS em situações de emergência, como já ocorreu em gestões anteriores, em vez de atrelá-lo a um empréstimo consignado. Especialistas dizem que os trabalhadores não deveriam precisar pagar juros para acessar um recurso que já é deles. Isso é um desserviço disfarçado de benefício. A medida parece mais alinhada aos interesses das instituições financeiras, que ganham com os juros e têm garantia de pagamento, do que aos dos trabalhadores, dizem comentários no X.





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