Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

Descontrole Fiscal: Copom eleva taxa Selic a 14,75%, maior patamar em quase 20 anos

Compartilhe
Descontrole Fiscal: Copom eleva taxa Selic a 14,75%, maior patamar em quase 20 anos

Brasil – Em mais um capítulo da luta contra a inflação persistente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, em 7 de maio de 2025, a elevação da taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006. A decisão, a sexta alta consecutiva no ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024, expõe a fragilidade da gestão econômica do governo Lula, cuja política fiscal expansionista tem obrigado o Banco Central a adotar medidas drásticas, com graves consequências para a economia e a população brasileira.

A Selic, que subiu 0,5 ponto percentual, reflete a tentativa do Banco Central de conter uma inflação projetada em 5,53% para 2025, acima do teto da meta de 4,5%. Pressionada por fatores externos, como a valorização do dólar e a guerra comercial liderada por Donald Trump, e internos, como a alta de preços de alimentos e energia, a inflação acumula seis meses consecutivos acima do limite tolerado. No entanto, o Copom aponta a política fiscal do governo federal como um dos principais vilões, com despesas públicas elevadas e incertezas sobre o pacote fiscal em tramitação no Congresso alimentando a desconfiança do mercado.

O comunicado do Copom, embora cauteloso, não poupa críticas indiretas ao governo, destacando que a “incerteza fiscal” desestabiliza as expectativas inflacionárias. A decisão de manter uma política monetária “significativamente contracionista” por tempo prolongado sugere que o Banco Central, sob Gabriel Galípolo, indicado por Lula, está sendo forçado a compensar a falta de disciplina fiscal com juros exorbitantes, que colocam o Brasil como o quarto país com maior taxa real de juros no mundo, atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia, segundo a MoneYou.

A alta da Selic a 14,75% é um remédio amargo que pune a economia real para corrigir os erros do governo federal. A política de gastos elevados, sem reformas fiscais estruturais, tem gerado “ruídos” que o Copom identifica como entraves à estabilização econômica. Enquanto o governo Lula prioriza medidas populistas e pacotes de estímulo, o Banco Central é obrigado a elevar o custo do crédito, encarecendo financiamentos e freando setores cruciais como indústria, varejo e construção civil. As taxas bancárias, que já alcançam 44% ao ano, sufocam pequenas empresas e consumidores, comprometendo o poder de compra e a geração de empregos.

O impacto social é igualmente preocupante. A inflação, que o governo não consegue domar, corrói o orçamento das famílias de baixa renda, enquanto a alta da Selic limita o acesso a bens essenciais, como moradia, e beneficia investidores de renda fixa, ampliando a desigualdade. Críticos apontam que o governo, ao evitar cortes de gastos e reformas impopulares, transfere o ônus da crise para a população, que enfrenta o duplo golpe de preços altos e crédito caro.

A relação entre o governo e o Banco Central também está sob escrutínio. A nomeação de Galípolo, alinhado ao Planalto, não se traduziu em maior coordenação entre política monetária e fiscal. Pelo contrário, o Copom abandonou o “forward guidance”, deixando o mercado sem pistas claras sobre os próximos passos, o que aumenta a volatilidade. A menção a “cautela adicional” no comunicado sugere que novas altas podem vir, mas a falta de transparência reflete a dificuldade do Banco Central em planejar diante de um governo que não entrega previsibilidade fiscal.

Além disso, a dependência de fatores externos, como o dólar a R$ 5,86 e a política comercial americana, expõe a vulnerabilidade da economia brasileira, que o governo Lula não conseguiu blindar. A insistência em políticas expansionistas, sem contrapartidas fiscais, força o Banco Central a manter juros altos, mesmo sabendo que o impacto defasado da Selic (6 a 18 meses) pode levar a uma desaceleração econômica mais severa em 2026, com crescimento projetado em apenas 1,9%.





Siga-nos no Google News Portal CM7



Carregar mais