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Professores de Manacapuru estão revoltados com dinheiro da Educação sendo desviado na gestão de Beto D’Ângelo; veja vídeo

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Professores de Manacapuru estão revoltados após Beto D'Ângelo usar dinheiro da Educação para fazer show; veja vídeo

Amazonas – Nesta semana, a indignação tomou conta dos professores da cidade de Manacapuru diante das revelações sobre o uso inadequado dos recursos destinados à educação pelo prefeito Beto D’Ângelo (MDB). Em meio à falta de assistência para manter os alunos nas escolas, como auxílio para custear materiais escolares e a ausência de investimentos na manutenção e construção de novas redes de ensino, o dinheiro público destinado à educação está sendo desviado para outros fins.

Um dos exemplos mais recentes desse mau uso dos recursos é a contratação do cantor sertanejo Zé Felipe para um show em Manacapuru, na Região Metropolitana de Manaus. O evento, que está previsto para acontecer em 15 de julho deste ano, em comemoração ao 92° aniversário da cidade, custará aos cofres públicos a exorbitante quantia de meio milhão de reais (R$ 500.000,00).

O anúncio dessa contratação foi publicado no Diário Oficial Eletrônico da Associação Amazonense dos Municípios do Amazonas em 1º de março. Segundo o documento, o show é justificado como uma forma de atender às supostas “necessidades da Secretaria Municipal de Educação e Cultura – SEMEC”.

O contrato para o evento, de número 005/2024, foi assinado em 22 de fevereiro pelo prefeito Beto D’Ângelo (Republicanos) e beneficiou a empresa Forvibes Music LTDA, CNPJ 26.940.667/0001-68, gerenciada pelo próprio cantor e por sua mãe, Poliana Rocha, que figura como sócia-proprietária.

É importante ressaltar que a contratação de Zé Felipe foi feita por inexigibilidade de licitação, o que dispensa a necessidade de concorrência. O servidor Fábio Júnior Duarte Martins foi designado para fiscalizar a contratação, conforme consta no documento.

Operação “Compadrio”

Enquanto isso, o Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/CAO-CRIMO) e a 3ª Promotoria de Justiça de Manacapuru, iniciou a segunda etapa da operação “Compadrio”. O objetivo é investigar o desvio de verbas públicas destinadas aos Conselhos de Escolas e às Associações de Pais e Mestres das escolas municipais em Manacapuru, em um contexto de corrupção e lavagem de dinheiro.

A investigação revelou uma rede de corrupção na Secretaria de Educação e Cultura de Manacapuru, caracterizada por desvios de fundos do salário-educação para contas de servidores, familiares e terceiros. O esquema era comandado por altos funcionários da Secretaria, configurando uma grave malversação de recursos educacionais.

Está prevista a execução de três mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, com suporte da Polícia Civil do Amazonas e informações técnicas fornecidas pela Controladoria Regional da União no estado. Entre as medidas adicionais, destaca-se o bloqueio de bens dos investigados, que soma mais de quatro milhões de reais, e o afastamento de três servidores de suas funções na Secretaria de Educação e Cultura.

O nome da Operação, batizada de “Compadrio”, é uma alusão à prática de condutas que privilegiam amigos e/ou parentes que são favorecidos de maneira ilegal. A população de Manacapuru e, em especial, os professores, aguardam respostas e providências diante dessas graves irregularidades.


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