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Ministro Barroso revela produção de 225 mil novas urnas eletrônicas que serão usadas em 2022

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Ministro Barroso revela produção de 225 mil novas urnas eletrônicas que serão usadas em 2022

Manaus – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso e equipe visitaram na última segunda-feira (13/12) a fábrica Boreo Indústria de Componentes, subsidiária da Positivo Tecnologia, na capital amazonense, que produz módulos da urna eletrônica.

Em Manaus, a fabricação dos módulos ocorre no Distrito Industrial. A linha de produção da Positivo Tecnologia – que venceu a licitação e fabricará a 225 mil novas urnas, de um total de 577 mil que serão usadas nas Eleições 2022 – segue rigorosos padrões de segurança. Na segunda-feira (13), Barroso e uma equipe do TSE visitaram justamente as dependências da Boreo Indústria de Componentes, subsidiária da Positivo Tecnologia, para atestar os procedimentos de fabricação. O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Mauro Campbell Marques, fez parte da comitiva de visitantes.

Barroso informou que as 225 mil novas urnas eletrônicas permitirão a renovação do parque dos equipamentos da Justiça Eleitoral, já que a vida útil de uma urna é de 10 a 12 anos. O ministro também explicou que, embora as placas-mãe sejam fabricadas em Manaus, a montagem final das urnas ocorre em Ilhéus (BA), por uma questão de logística de distribuição. Segundo Barroso, o TSE espera receber os equipamentos prontos até maio de 2022.

“Houve um esforço muito grande para a obtenção de peças e componentes para as urnas. Isso ocorreu em um momento em que há escassez no mercado mundial”, disse, lembrando um dos efeitos da pandemia de Covid-19 e da retração econômica no planeta.

Segurança na visão do ministro

Barroso assinalou que um dos principais itens de segurança da urna eletrônica é não ter conexão com qualquer rede, o que inviabiliza ataques externos por hackers. Lembrou, ainda, que, após a inspeção dos códigos-fontes do sistema e dos programas por partidos, entidades públicas e universidades, todo o conteúdo é lacrado, recebendo a assinatura digital de autoridades, e trancado na sala-cofre do Tribunal. “A partir daí, os programas não podem ser modificados. E a urna não executará os programas além dos certificados”, destacou.

Ele salientou também que, antes, durante e após a votação, as urnas podem ser auditadas pelos partidos e instituições fiscalizadoras que integram a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e pela sociedade em geral. Entre esses momentos passíveis de auditagem, o ministro citou a abertura dos códigos-fontes do sistema, que ocorreu em outubro – a um ano do pleito –, e a realização do Teste Público de Segurança (TPS) do Sistema Eletrônico de Votação, realizado em novembro.

Ainda mencionou o relatório de impressão da zerésima (mostrando que, no início da votação, não há voto registrado na urna para nenhuma candidatura), bem como a emissão dos Boletins de Urna (BUs) logo após o término da votação, com a distribuição de cópias aos partidos e a afixação do BU em cada seção eleitoral para quem quiser comparar com os dados divulgados no Portal do TSE.

Testes de ‘hackers’

No dia 29 de novembro de 2021, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu o Teste Público de Segurança (TPS) e anunciou os resultados. O teste, que costuma ser realizado aproximadamente um ano antes das eleições presidenciais, reuniu 26 pesquisadores de todo o Brasil que fizeram “ataques” para explorar falhas tecnológicas na urna eletrônica. Os especialistas acharam cinco falhas no aparelho, sendo que peritos da Polícia Federal conseguiram entrar na rede do TSE. Mas o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do órgão, diz que “nenhuma é capaz de alterar o resultado das eleições”.

Nenhum ataque do TPS atingiu software da urna eletrônica

Todos os anos, o TPS reúne peritos em tecnologia que colocam a urna eletrônica e seus sistemas à prova. Neste ano, os 26 participantes realizaram, ao todo, 29 planos de ataque ao dispositivo, sendo que 24 deles não obtiveram sucesso, ou seja, não conseguiram ultrapassar nenhuma barreira de segurança.

Essa foi a maior edição do TPS na história do evento. Agentes da Polícia Federal e professores de universidades estavam entre os especialistas que acharam falhas na urna.

Cinco planos sucederam em ultrapassar alguma barreira de segurança. Mas Barroso afirma que nenhum deles é capaz de ameaçar o resultado das eleições:

“Cinco planos encontraram o que nós chamamos de achado, que é algum ponto que pode ser aperfeiçoado. Nenhum deles, devo dizer, com alívio, verdadeiramente grave. Grave é considerado qualquer coisa que tenha a potencialidade de afetar o resultado à eleição. Portanto ninguém conseguiu invadir e oferecer risco para o resultado das eleições”.

Barroso conta que nenhum dos ataques conseguiu afetar o software da urna eletrônica. Também não houve nenhuma investida bem-sucedida dos “hackers” ao programa de desktop da urna, responsável por lançar os nomes dos candidatos e dos eleitores.

Falhas

O primeiro achado veio de um ataque realizado por um grupo de estudantes da Faculdade Meridional (Imed) de Passo Fundo (RS). Por meio de uma impressora 3D, os participantes produziram uma réplica do painel dianteiro da urna eletrônica e o acomplaram na frente do aparelho, como se fosse um painel falso.

A réplica atua então como um dispositivo capaz de captar cada voto e, pela sequência de eleitores, seria possível quebrar o sigilo do voto. “Para que isso seja feito, seria necessário que alguém entre com um painel do tamanho da urna nas vestes, consiga colocá-lo na urna sem que ninguém veja, e que outro eleitor o retire”, disse Barroso durante a coletiva do TSE, citando o evento como “bastante improvável”.

Já o segundo plano conseguiu desembaralhar o boletim de urna. O documento contém o resultado do total de votos registrados pelo aparelho; a principio, essas informações são enviadas embaralhadas ao TSE, para que o órgão possa abrir os dados e registrá-los na contagem.

Contudo, o ataque não é grave por que o boletim da urna eletrônica é impresso e colocado na porta da seção de voto às 17h. “O embaralhamento das informações do BU são uma reminiscência histórica, de um tempo em que não se havia assinatura digital”, comentou o presidente do TSE. “Nós estamos considerando inclusive a possibilidade de não haver mais esse embaralhamento”.

Um terceiro achado foi de um ataque no qual os hackers conseguiram pular uma barreira de segurança da rede de transmissão e chegaram na porta da rede do TSE, mas foram impedidos por uma nova barreira.

Uma quarta falha está relacionada ao fone de ouvido da urna eletrônica. O achado afeta os votos de pessoas com deficiência visual e envolve instalar um dispositivo Bluetooth na parte traseira do aparelho, para que os hackers possam ouvir o voto sendo computado em tempo real. Novamente, Barroso cita que seria necessário alguém acoplar o equipamento na urna, algo que seria perceptível aos mesários.

Peritos da PF invadem rede do TSE

A quinta e última falha do TPS foi considerada a mais alarmante pelo TSE. No plano de ataque, peritos da Superintendência da PF em Brasília conseguiram invadir a rede do tribunal.

No entanto, de acordo com o presidente da corte, os técnicos da Polícia Federal não obtiveram êxito ao adulterar votos já existentes ou mexer em configurações do sistema da rede do TSE.

Diferentemente do terceiro achado, esse ataque ultrapassou as barreiras de segurança tanto da rede de transmissão quanto da rede do TSE. Apesar da urna eletrônica não se conectar à internet em nenhuma etapa da seção eleitoral, a rede do TSE é usada para transmitir os votos à Justiça Eleitoral.

Apesar de o TPS abrir o código-fonte — a linguagem usada na programação do software da urna — aos especialistas para ele seja posto à prova, o TSE vem enfrentando investidas contra o sistema eleitoral em 2021.

Com informações via TSE / TecnoBlog


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