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Após perseguição política, juíza Ludmila Lins Grilo deixa o Brasil e se exila nos EUA

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Após perseguição política, juíza Ludmila Lins Grilo deixa o Brasil e se exila nos EUA

Brasil – A juíza Ludmila Lins Grilo revelou, nesta quarta-feira, estar “exilada” nos Estados Unidos há dois anos, após ser alvo de uma perseguição política e ser aposentada compulsoriamente pela Justiça brasileira. A magistrada, conhecida por suas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou detalhes de sua estadia nos EUA e denunciou as circunstâncias que a levaram a essa decisão.

Ludmila compartilhou em seu perfil na rede social Locals que vive nos Estados Unidos em busca de liberdade, destacando a acolhida que recebeu do país. A juíza, banida das redes sociais pelo STF, explicou que manteve sua moradia em segredo por mais de um ano devido à necessidade de organizar documentos.

“Esse foi meu segundo réveillon nos Estados Unidos da América, a terra da liberdade onde eu escolhi viver”, afirmou a magistrada em sua publicação. “E que caridosamente me acolheu e me protegeu da ditadura que, miseravelmente, se instalou no meu país.”

Aposentadoria Compulsória e Documentação de Acusações

Ludmila comentou sobre o fato de ter sido aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) do cargo de juíza no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). Ela alegou ter documentado as acusações e entregue as informações às autoridades americanas, destacando o desprezo com sua segurança física.

“Da mesma forma, narrei minuciosamente o desprezo que aqueles órgãos tiveram com a minha segurança física”, disse Ludmila. “E como eles, maliciosamente, utilizaram-se da minha situação de risco pessoal para atacar a minha honra.”

Críticas ao STF e Perseguição

A juíza também fez críticas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmando ser vítima de perseguição por parte do magistrado, mas ressaltou que não tem medo de se manifestar.

“Todo aquele perseguido por ditaduras que escolhe permanecer no país é obrigado a colocar o rabinho entre as pernas e se calar para se proteger”, enfatizou Ludmila. “Não é o meu caso. Contem comigo. Que Deus salve nosso país desses tiranos de toga que tomaram de assalto nossa liberdade.”

Motivos da Aposentadoria e Críticas ao STF

A magistrada relembrou os três motivos que, segundo ela, incomodaram o STF e culminaram em sua aposentadoria compulsória: uma palestra no Itamaraty alertando sobre a escalada autoritária do Supremo Tribunal Federal, críticas à audiência de custódia e suas discussões nas redes sociais.

Em fevereiro de 2023, o CNJ afastou Ludmila devido a suas críticas ao inquérito do STF que apura supostas fake news. A juíza, em entrevista anterior, já havia expressado preocupação com a magistratura, afirmando que a maioria das associações parece estar do lado do STF.

Aposentadoria e Desfecho no Brasil

O presidente do TJ-MG, José Pereira Filho, assinou a aposentadoria compulsória de Ludmila, justificando-a como “interesse público”. Os valores dos proventos proporcionais ao tempo de contribuição não foram divulgados publicamente.

O principal motivo alegado para a aposentadoria foi a postura crítica de Ludmila em relação à fé cega da Justiça em denúncias sem provas, especialmente em casos de estupro, lesão corporal e outros crimes contra mulheres, defendendo uma abordagem mais cautelosa e baseada em evidências.

Créditos: Revista Oeste


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