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Setembro amarelo: servidores da Semsa discutem atendimento em saúde mental e prevenção ao suicídio

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Manaus – Como parte da programação da campanha Setembro Amarelo, que busca conscientizar sobre a prevenção do suicídio, a Prefeitura de Mansus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), está fortalecendo as ações de atenção à saúde mental.

Uma das atividades realizadas na tarde da última sexta-feira, 22/09, foi uma reunião com profissionais da saúde para orientar a respeito do fluxo de atendimento na Rede Atenção Psicossocial no município de Manaus, coordenada pelo Distrito de Saúde (Disa) Oeste.

Nesse mesmo dia, servidores do Disa Sul participaram de palestra ministrada pelo psicólogo Eduardo Honorato, que atua no Centro Especializado em Reabilitação e é professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

A reunião sobre os fluxos de atendimento ocorreu no auditório do Complexo de Saúde Oeste, bairro da Paz, e contou com a participação de psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas, assistentes sociais e equipes do Programa Saúde na Escola (PSE), além de representantes de Centros Socioeducativos, que atuam nos bairros da zona Oeste de Manaus, e de representantes do Centro de Atenção Psicossocial III Benjamin Matias Fernandes (Caps/Semsa) e do Centro de Saúde Mental do Amazonas (Cesmam).

A gerente de Atenção à Saúde do Disa Oeste, enfermeira Flávia Alves da Silva, explicou que objetivo da reunião foi promover o compartilhamento de informações sobre o fluxo do atendimento psicossocial na cidade de Manaus, fortalecendo o conhecimento dos profissionais sobre os serviços.

“A intenção é fortalecer a rede de atendimento e, assim, ajudar na prevenção de agravos que podem levar as pessoas ao suicídio. Quando você conscientiza os servidores que estão na linha de frente do atendimento aos usuários dos serviços de saúde, você facilita o acesso do paciente aos locais especializados e pode fazer uma avaliação de que tipo de atendimento o usuário realmente necessita”, destacou a gerente.

Segundo Flávia Alves, dependendo da demanda apresentada, o usuário pode ser atendido na Atenção Básica ou ser encaminhado para o Caps ou outro serviço especializado.

“Existem vários transtornos mentais, com diferentes escalas, leves a graves. A Semsa tem realizado várias capacitações em saúde mental para profissionais de Atenção Básica. Casos de depressão leve, por exemplo, podem ser atendidos na Unidade Básica de Saúde (UBSs), mas quando o caso é mais grave ou quando o paciente entra em crise, a gente precisa encaminhar para apoio especializado”, afirmou Flávia Alves.

A fisioterapeuta Gabriela Santos, lotada no Caps Benjamin Matias Fernandes, participou da reunião e apresentou informações do fluxo de trabalho do centro de referência para as UBSs, da contrarreferência para o Caps, formulários utilizados, horário de funcionamento da instituição e o perfil dos pacientes atendidos.

“As UBSs encaminham pacientes para atendimento no Caps, que também encaminha pacientes para as UBSs, de acordo com cada caso. Um dos objetivos da reunião com os profissionais das unidades de saúde é orientar também sobre quais pacientes o Caps consegue atender e quais pacientes as unidades conseguem atender”, explicou Gabriela.

O Caps Benjamin Matias Fernandes, informou Gabriela Santos, atende pessoas com transtornos mentais graves, severos e persistentes, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, incluindo casos como transtorno afetivo-bipolar, esquizofrenia e depressões graves; e a Atenção Básica realiza o acompanhamento de pessoas com transtornos leves ou, em alguns casos, transtornos moderados.

“O Caps funciona em livre demanda. Toda pessoa que chegar no serviço vai ser atendida. Mas, se ela vai continuar o tratamento no local ou se será encaminhada para outro ponto de atendimento, vai depender da avaliação feita no acolhimento inicial”, esclareceu Gabriela Santos.

Durante o encontro, a psicóloga Nilma Araújo, lotada na UBS Ida Mentoni, bairro São Jorge, explicou que faz o atendimento de pacientes que são encaminhados após consulta com médicos, enfermeiros ou cirurgiões dentistas, que identificam demandas em saúde mental.

A psicóloga contou como exemplo que, na semana passada, a enfermeira da UBS atendeu uma paciente que foi realizar exame preventivo e durante a consulta, a partir de uma escuta qualificada, identificou que a paciente apresentava risco de suicídio.

“A enfermeira fez o encaminhamento para atendimento psicológico. Essa paciente chegou com um discurso e um humor muito deprimido, que ela já sofria desde os seis anos de idade. Ela vai continuar em acompanhamento na UBS com terapia com psicólogo e também foi encaminhada para atendimento com médico psiquiatra. Então, é realmente importante que todos os profissionais conheçam o fluxo de atendimento para que seja possível oferecer o serviço de forma adequada e ajudar a salvar vidas”, destacou Nilma Araújo.

Distrito Sul

No auditório do Distrito de Saúde Sul foi realizada a palestra do psicólogo Eduardo Honorato, professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que atua no Centro Especializado em Reabilitação.

Em sua apresentação, Eduardo partiu da constatação de que a saúde mental de toda a população ficou muito abalada devido ao desafio representado pela crise sanitária da Covid-19. Para lidar com tantas mudanças, a aplicação de técnicas para diminuir a ansiedade, o uso de comunicação assertiva para reduzir conflitos e ter um sono de qualidade, por exemplo, são “ferramentas” que ajudam a regular as emoções, criando as bases para ter qualidade de vida.

“A palestra não foi especificamente sobre o suicídio, porque a pessoa manifesta uma serie de sofrimentos que precisam ser observados e sobre os quais é preciso aprender a lidar. Compartilhamos técnicas de respiração, a importância da atividade física, de uma boa alimentação, da necessidade de reduzir o consumo de sal e do açúcar e orientações sobre a higiene e o sono. Não existem fórmulas mágicas para ter saúde mental, mas técnicas que podem evitar um colapso nervoso e o suicídio” reforçou.

A diretora do Disa Sul, Jucinara Rodrigues, assinalou que os trabalhadores da saúde foram bastante exigidos no contexto da pandemia pelo coronavírus e que o evento teve o objetivo de sensibilizá-los sobre o autocuidado.

“Nossa proposta foi criar um diálogo sobre atitudes que cada um de nós pode fazer, mas que melhoram a qualidade de vida. Para que um calibrador preste um serviço de qualidade ele precisa estar bem e a Semsa trata seus servidores com muito carinho e empatia. E este evento comprova esta preocupação.

A enfermeira da Vigilância Epidemiológica em ISTs/Aids e Hepatites Virais da Semsa, Solange Sales, que participou do evento, observou que estados relacionados à ansiedade e angústia estão presentes na sociedade como um todo, mas que a palestra reforçou a importância de lidar esses estados.

“É importante reconhecer essas situações até para poder seguir, ser produtivo mesmo com as dificuldades e também perceber o que temos de positivo e de valor dentro da gente, sem se comparar”.

* Com informações da assessoria


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