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CPI da Saúde contradiz governo do AM sobre falta de médicos na pandemia do coronavírus

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Manaus – No início da pandemia do coronavírus no Amazonas, no mês de abril, o governo do Estado argumentou que não havia médicos suficientes em Manaus para cuidar de pacientes no hospital de campanha Nilton Lins.

Por causa da escassez de profissionais, o governo do Estado contratou a empresa Medplus Serviços Médicos, com sede em São Paulo, para disponibilizar uma equipe de 40 médicos vindos de outros Estados.

Mas o argumento que não havia médicos em Manaus foi desmascarado nesta segunda-feira (27) pela CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas.

A comissão descobriu que dos 40 profissionais contratados pela Medplus, 20 eram de Manaus, o que contradiz o argumento da Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) sobre a falta de médicos no Estado.

As informações foram confirmadas nesta segunda-feira (27) pelo dono da Medplus Serviços Médicos, Tiago Simões Leite, durante depoimento à CPI da Saúde. Ele confirmou que contratou os médicos em Manaus, por meio de um convite feito pelo whatsapp.

“Selecionaram os médicos por meio de um convite no whatsapp. Isso prova que a empresa não estava preparada para atender pacientes com coronavírus em Manaus”, avaliou o relator da CPI da Saúde, deputado Fausto Jr.

A comissão também estranhou a forma como a Medplus foi selecionada pela Susam para prestar serviço ao Estado. Antes do dia 15 de abril deste ano, a empresa nunca atuou no Amazonas, portanto não havia informações sobre qualificação técnica da MedPlus.

Mesmo assim, a Susam contratou a empresa por meio de um processo indenizatório, que é ilegal na administração pública por não garantir a capacidade técnica sobre os serviços realizados.

A Medplus atuou no hospital Nilton Lins do dia 20 de abril a 16 de julho, quando o hospital encerrou as atividades.

O deputado Fausto Jr. ressaltou que no Amazonas existem outras empresas que oferecem o mesmo serviço da Medplus. “O argumento para contratarem a empresa é que ela contrataria médicos de outros Estados, porém metade dos profissionais foi contratada em Manaus”, acrescentou.


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