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Com novas regras, os ventos ficam desfavoráveis ao kitesurf

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RIO — Um decreto do prefeito Eduardo Paes colocou o kitesurf na onda da polêmica. Ele proíbe a prática do esporte – em que se utiliza prancha e pipa inflável – em toda a cidade, exceto num trecho da Praia do Pepê, na Barra. Uma legislação municipal de 2001, não seguida à risca, já estabelecia como único local para o kitesurf um ponto no Pepê. Pelas novas regras, que a prefeitura promete fiscalizar, a área permitida foi ampliada. Mas, entre os esportistas, há os que consideram o espaço ainda insuficiente.

Membro da diretoria da Associação Brasileira de Kitesurf, Carlos Alberto Rossi, por exemplo, defende a liberação do esporte em frente ao Canal do Jardim de Alah, entre Ipanema e Leblon:

– Esse local é muito utilizado por velejadores quando entra o vento Sudoeste. E ali não há banhistas.

Rossi considera pequeno o trecho do Pepê onde o esporte está permitido (entre os quiosques A7B7 e A9B9). Em 2001, se estendia do quiosque A7B7 ao A8B8.

– O kitesurf não é como um carro. Depende do vento e, muitas vezes, não se tem controle – argumenta ele, que estima existirem cerca de mil praticantes do esporte só no Rio.

Gestor da Associação Brasileira de Kitesurf, Marcelo Cunha pensa diferente e aplaude o novo decreto:

– Por enquanto, acho o trecho autorizado suficiente. E tudo tem que ter regras. Assim, evitamos acidentes. Tem gente que instalou escolas de kitesurf no meio da Praia da Barra, sem autorização, colocando os banhistas em risco.

Uma questão, no entanto, Cunha quer tentar modificar em conversa com a prefeitura. O novo decreto fixa o mínimo de cem metros da arrebentação para a prática do kitesurf, o que, segundo ele, impede a prática de uma das modalidades do esporte: o kitewave (kite sobre ondas).

Surfista há mais de 50 anos, embora não pratique o kitesurf, Rico de Souza diz que é preciso proteger o esporte, mas também garantir a segurança dos banhistas:

– O kitesurf é um esporte espetacular, que agrega turismo ao Rio de Janeiro. E ele está crescendo. Acho que é preciso criar pelo menos dois espaços na cidade para a prática desse esporte.

Na areia do Pepê, placas informam que o local é destinado ao kitesurf e alertam para o perigo. De acordo com o decreto, a área deve também ser demarcada pelos praticantes da atividade, utilizando boias e sinalizadores. Nos quiosques localizados no trecho são permitidas instalações destinadas à guarda de materiais de atletas.

Os surfistas que não respeitarem o decreto estão sujeitos a terem seus equipamentos apreendidos pela Guarda Municipal, que pode pedir ajuda policial para que a medida seja obedecida.

Praticante de kitesurf, Leandro Seixas considera o decreto um grande avanço para o esporte, mas entende que a área autorizada não conseguirá absorver todos os interessados:

– Por que não expandir a prática para outras praias? O kitesurf é o esporte à vela que mais cresce em número de praticantes no mundo. E o Rio, com sua vocação para os esportes ao ar livre, reúne espaços e condições ideais para a prática desse esporte.


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