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“TBT da corrupção”: alvos de escândalos num passado recente, Braga, Omar e Lula continuam aliados em busca de poder

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"TBT da corrupção": alvos de escândalos num passado recente, Braga, Omar e Lula continuam aliados em busca de poder

Amazonas – Não é surpresa para ninguém que os senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD) inevitavelmente iriam apoiar e receber apoio do pré-candidato e ex-presidiário, o petista Luiz Inácio Lula da Silva. O Partido dos Trabalhadores no Amazonas tem um grande histórico de apoio às empreitadas políticas de Braga e Omar no Amazonas e não seria diferente este ano. Mas afinal, há algo além da ideologia política que justifique a parceria de anos, a ponto de que ambos passassem pano um ao outro e estarem grudados para as eleições 2022 ?

Escândalos

Sem sombra de dúvidas, os desdobramentos das Operações Lava Jato, que recuperaram montante de 44,4 bilhões desviados dos cofre públicos e explicam parte da dívida bruta de 493 bilhões na Petrobras em 2015, e que tiveram como alvo as investigações durante o Governo Lula, solto em 2019 pela turma do Supremo Tribunal Federal, ilustra bem a profundidade do comprometimento entre os senadores e o atual pré-candidato petista. Ambos serviram, em diferentes graus, à manutenção de um esquema de desvio de dinheiro público inimaginável na história do país.

Conforme cita o livro Petroladrões, do jornalista-investigativo e escritor Ivo Patarra, Eduardo Braga e Omar Aziz são acusados por ex-executivos da Andrade Gutierrez por cobrarem propina. Os atuais senadores do Amazonas foram denunciados por embolsar propina da obra da Arena Amazonas. Braga, R$ 30 milhões. Aziz, R$ 18 milhões. Delatores contam que Eduardo Braga até ameaçava quando a propina atrasava. 

Delação da Odebrecht

Além da Andrade Gutierrez, uma planilha apresentada pelos delatores da Construtora Odebrecht no processo da Operação Lava Jato, o senador Eduardo Braga aparece como “meia” do Internacional. A planilha mostra o suposto pagamento de propina a políticos. Nela, aparecem o nome do clube, o jogador (político), a posição do jogador em campo e o “valor do passe”. O jogador Eduardo Braga tem um passe de “1.000”, que significa R$ 1 milhão.

A planilha está anexada ao Inquérito 4429, em que Braga e o senador Omar Aziz (PSD) foram  investigados por suspeita de recebimento de propina da Construtora Camargo Corrêa, pela obra da Ponte Rio Negro. Um dos delatores da Odebrecht Arnaldo Cumplido, que foi diretor da Camargo Corrêa à época da obra da ponte, afirmou em depoimento ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que a empresa pagou propina aos dois ex-governadores.

STF livra novamente

Em 2018, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contrariou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou o arquivamento de um inquérito que investigava os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM) por supostas irregularidades envolvendo a construção da Ponte Rio Negro.

A PGR havia solicitado o envio do processo à primeira instância, por conta do novo entendimento do STF sobre o alcance do foro privilegiado para deputados federais e senadores, que só se aplica para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.

O inquérito apurava supostos pagamentos indevidos aos dois senadores (que governaram o Estado do Amazonas), por intermédio de uma empresa, para que favorecessem o consórcio formado pela Camargo Corrêa e Construbase na conquista do projeto da Ponte do Rio Negro.

Confira documentos íntegra: 

Abertura INQUÉRITO 4.429 DISTRITO FEDERAL pdf

INQUÉRITO 4.429 DISTRITO FEDERAL

Indícios de acobertamento

Ainda conforme relata Ivo Patarra em seu Livro,  “o TCU investigou, em 2007 e 2008, dezenas de contratos do projeto de 400 quilômetros para abastecer a capital do Amazonas com gás da região de Urucu. Identificou 26 irregularidades nas obras sob responsabilidade de Renato Duque. O aluguel de uma simples ambulância para as obras do gasoduto, relatou o repórter Dimmi Amora, da Folha de S.Paulo, saiu por inacreditáveis R$ 800 mil.

O gasoduto, orçado inicialmente em R$ 1,2 bilhão pela Petrobras, foi inaugurado por Lula, no ano eleitoral de 2010, após três anos de atrasos, por R$ 4,5 bilhões. Um escândalo. Entre as irregularidades apontadas, pagamentos por serviços não realizados, materiais quitados e não entregues. Auditores indicaram o uso de empresas fantasmas e indícios de falsificação de documentos pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, parceira na obra, para justificar dispensas de licitação.

Eduardo Braga, Ministro de Dilma

Detalhe: o governador amazonense da época, Eduardo Braga (PMDB), seria ministro de Minas e Energia no segundo mandato de Dilma Rousseff como presidente da República”.


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