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Irmão e cunhada de Bi Garcia lucram milhões com venda de ingressos do Festival de Parintins

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Irmão e cunhada de Bi Garcia lucram milhões com venda de ingressos do Festival de Parintins

Amazonas – A Amazon Best, empresa responsável pela venda dos ingressos do Festival Folclórico de Parintins, deve faturar mais de R$ 5 milhões com as vendas para o evento de 2023. O passaporte para presenciar os três dias de espetáculo está custando mais de R$ 1.200, valor que tem recebido inúmeras críticas pela inacessibilidade para o público, visto que o salário mínimo está em torno de R$ 1.350 por mês, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

A Amazon Best tem como sócio-administradora Geyna Brelaz, cunhada do prefeito Bi Garcia e esposa do diretor-presidente da Amazon Best, Valdo Garcia. Mesmo sendo um patrimônio cultural imaterial do Amazonas, a festa dos bumbás Garantido e Caprichoso está limitada. O contrato de exclusividade da Amazon Best para venda dos bilhetes para o evento não está aberto à sociedade. O mesmo está fechado diretamente com os presidentes das agremiações. Em 2022, os dirigentes receberam mais de R$ 10 milhões de verba pública para custear o festival.  O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) investigou o caso.

Vendas

Foram colocados à venda 4.492 espaços, além dos 50 camarotes que a empresa não dá transparência para comercialização. O bumbódromo tem capacidade para 35 mil pessoas, dos quais quase 20 mil espaços são destinados à venda.

Na divisão do mapa da Amazon Best, há 3.306 passaportes para a “arquibancada especial” ao preço unitário de R$ 1.145, que totalizam o faturamento de R$ 3.785.370; 592 passaportes para a “arquibancada central”, com o valor de R$ 1.495, que somam R$ 885.040; 282 ingressos para a “cadeira tipo 2”, com o preço de R$ 980, que contabilizam R$ 276.360.

Já 312 passaportes para a “cadeira tipo 1” possuem o valor unitário de R$ 1.180 que, juntos, fazem R$ 368.160. Se todos os ingressos forem vendidos – como ocorre todo o ano – a Amazon Best fatura um total de R$ 5.314.930. A situação dos outros 15.508 lugares do bumbódromo não foi explicada pela empresa nem pela Prefeitura de Parintins.

Procon

O primeiro dia de abertura de vendas dos ingressos para o Festival Folclórico de Parintins, na semana passada, foi marcado por desentendimentos, confusão e a participação de agentes do Procon-AM e da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM). O motivo foi um problema no sistema, que não disponibilizou acesso on-line para a venda dos passaportes, obrigando-os a ir até a sede da Amazon Best, localizada na rua Nova Prata, N° 225, Conjunto Vieiralves, bairro Nossa Senhora das Graças.

Não é a primeira vez

Em 2017, o Ministério Público do Estado (MP-AM) questionou os bumbás Garantido e Caprichoso a fim de que eles informassem quais os critérios para a escolha da empresa Amazon Best na comercialização dos ingressos do festival em detrimento de outras empresas.

O MP-AM também questionou a ausência de licitação. À época, a promotora pública Carolina Monteiro Chagas Maia declarou: “Importa salientar a urgência em prestar esclarecimentos, pois, segundo informações, a referida empresa já estaria realizando a venda de ingressos para o festival 2017”. Passados seis anos, o Ministério Público do Amazonas não se manifestou publicamente sobre o assunto.

Em 2018, o Ministério Público de Contas (MPC) denunciou Bi Garcia ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) por enriquecimento ilícito. A denúncia foi feita por meio da Representação nº 71/2019. Para o MPC, Garcia, conseguiu enriquecer a própria família se beneficiando de dinheiro público. A procuradora de contas Fernanda Catanhede Veiga Mendonça foi quem fez a denúncia.

Segundo a procuradora, o prefeito de Parintins, e a empresa Amazon Best enriqueceram de forma indevida, assim como a família do chefe do Executivo Municipal.

Veja documento:

Representação-N°-71

Improbidade

A prática de improbidade administrativa é configurada por atos realizados por agente público que firam os princípios fundamentais da Administração Pública. Esses princípios são: a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e a eficiência.

Essa prática pode ser considerada como uma desonestidade daquele que exerce função na Administração Pública, possível de punição, segundo a Lei de Improbidadae Administrativa, bem como na Constituição Federal.


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