DENÚNCIA: A realidade da Eneva em Silves após anos de promessas de transformação econômica
Amazonas – Cinco anos após a chegada da Eneva S/A à Bacia do Amazonas, a promessa de transformação econômica e social em Silves parece distante da realidade vivida pela população local. A empresa, responsável pela Usina Termelétrica Azulão, instalou-se em 2018 com a promessa de impulsionar a economia e trazer investimentos para a região.
No entanto, de acordo com denúncias recebidas pelo portal Online Multimídia, a inauguração da Unidade de Tratamento de Gás (UTG) em 2021, parte do projeto Azulão-Jaguatirica, trouxe consigo uma série de desafios para os moradores de Silves. A falta de investimento notada pela população contrasta com a expectativa de injetar cerca de R$ 5,8 bilhões na região até 2026, prometida pela Eneva.
Os relatos indicam não apenas a ausência de investimentos, mas também alegações de ameaças por parte de indivíduos associados à empresa contra os moradores locais. O descontentamento se reflete na economia do município, que, apesar de ser conhecido como o ‘El Dorado’ do Amazonas, enfrenta escassez de emprego e renda.
Recentemente, moradores denunciaram que a Eneva está oferecendo cerca de R$ 3,5 mil para o aluguel de terrenos destinados à instalação de tubulações de gás natural na região. Este suposto pagamento anual divide a população, com alguns aceitando o acordo por necessidade, enquanto outros expressam insatisfação com o valor proposto.
Na estrada da Várzea de Silves, onde fica a região em questão, residem desde moradores carentes até produtores rurais. O local, rico em gás natural, atrai atenção global. Segundo o governo do Amazonas, o gás natural liquefeito produzido em Silves abastece mais da metade do estado de Roraima.
Em novembro deste ano, o evento “Renova Já” trouxe à tona discussões ambientais sobre a exploração do gás natural em Silves. Moradores expressaram temores de serem expulsos de suas terras durante o processo de exploração da empresa.
Além disso, há relatos de que os trabalhadores locais não estão sendo beneficiados pela presença da Eneva, com empregos mais qualificados sendo oferecidos a pessoas de fora, deixando os naturais da cidade com trabalhos braçais. A falta de preparo da juventude local para ocupar cargos mais especializados é apontada como uma lacuna negligenciada pelos representantes municipais.
A insatisfação crescente da população de Silves coloca em xeque as promessas de desenvolvimento trazidas pela Eneva, destacando a necessidade urgente de uma revisão nas relações entre a empresa e a comunidade local.
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