‘De olho’ nas eleições, Amazonino e Arthur tentam ‘lacrar’ usando pandemia
Amazonas – Na semana em que os casos de Covid-19 tiveram um aumento significativo no mundo inteiro, políticos do Amazonas, ‘de olho’ nas Eleições de 2022, adotaram a estratégia de ‘lacrar’ com o tema, chegando a atribuir a responsabilidade de uma ‘nova onda’ aos seus adversários no governos municipal e estadual, mesmo diante do cancelamento de grandes eventos desde o final de 2021 e fortes campanhas de vacinação como política de prevenção.
Amplamente divulgadas em veículos de comunicação, as pré-candidaturas do ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), e do ex-governador Amazonino Mendes (sem partido), para o Senado Federal e para o Governo do Estado, respectivamente, fizeram com que ambos se manifestassem sobre o assunto que tem servido de palanque político.
Política
Embora novas infecções estejam ocorrendo em todo o mundo, o jogo político, desde a primeira onda, vem usando a narrativa da pandemia para tentar atribuir responsabilidade aos Governo do Amazonas, da gestão municipal e Federal no País, pela culpa do aumento de casos. No Estado, a prova disso são textos e vídeos dos caciques políticos Arthur Neto e Amazonino Mendes, que estão circulando na internet.
Saindo de sua ‘toca’ na última quarta-feira (12/1), Arthur, de 76 anos, utilizou as redes sociais para falar sobre a Covid-19. No Twitter, ele sugeriu que há falhas de gestão da saúde como se fosse possível fazer algo para evitar, por exemplo, uma nova onda de Covid-19, ou conter as infecções por Influenza.
O Governo do Amazonas tem colocado em prática inúmeras ações para tentar controlar o contagio. Reduziu eventos com grande público, passou a fazer testagem em massa, inaugurou novos pontos de vacinação e abriu chamamento público para a contratação de novos profissionais, algo que não é reconhecido por Arthur. Aliás, o ex-prefeito de Manaus foi responsável, em 2020, pelo fechamento do hospital de campanha municipal em meio a primeira onda, após pouco mais de 40 dias de funcionamento.
Neste domingo (16/1), Amazonino Mendes, de 82 anos, também reapareceu. O ex-governador que vive entre São Paulo e Amazonas, inclusive tendo sido vacinado na capital paulista, gravou um vídeo com status de campanha. Ele, que ainda segue sendo um dos nomes mais lembrados nas pesquisas políticas, é mais um tenta atribuir a terceira onda mundial ao seu principal adversário político, o governador Wilson Lima (PSC).
No vídeo, o ex-governador tenta comparar a nova onda com a que ocorreu em janeiro de 2021, mesmo que apesar da alta de casos, o índice de mortes não chega perto daquelas registradas no mesmo período, justamente por conta das campanhas de vacinação promovidas pela prefeitura e pelo governo. Amazonino questiona políticas de prevenção e mistura o tema em questão com o desemprego, a fome, oferecendo ao final das imagens apenas “solidariedade”.
Cenário
Somente na primeira semana de 2022, conforme informações do diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, houve o registro de mais 7 milhões de novos casos de Covid-19, sendo mais que o dobro do número notificado no período de duas semanas. Alguns governos voltaram a aplicar restrições com o intuito de conter a circulação do vírus.
Na primeira segunda-feira de 2022, os Estados Unidos registraram mais de 1 milhão de casos de Covid-19 pela primeira vez, conforme a plataforma de monitoramento da Universidade Johns Hopkins. No dia 26 dezembro de 2021, por exemplo, o país registrou 590 mil infecções.
Já no Brasil, a situação não está diferente. Inúmeros estados têm registrado alta nos novos casos de Covid-19 muito em razão das festas de final de ano, quando o nível de contagio se torna mais fácil por conta do contato físico. Nas últimas 24 horas, Minas Gerais registrou mais de 19 mil casos, o Paraná mais de 10 mil casos, Espírito Santo mais de 3 mil casos e o Amazonas 3.079 casos.
