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Conhecido por escândalos de corrupção, prefeito de Itamarati é internado em hospital de Manaus

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Conhecido por escândalos de corrupção até com banda de Forró, prefeito de Itamarati é internado em hospital de Manaus

Amazonas – Uma reviravolta dramática atingiu o município de Itamarati, situado a quase mil quilômetros de distância Manaus. O prefeito João Campelo, do partido MDB, encontra-se internado em estado grave com complicações respiratórias após realizar exame recentemente no hospital Check UP, em Manaus.

Segundo informações divulgadas pelo presidente da Associação Amazonense de Municípios nesta sexta-feira (26), João Campelo está lutando pela vida em Manaus, mergulhado em uma crise de saúde que parece refletir o caos que permeia sua administração em Itamarati.

Desde o início de seu mandato, João Campelo tem enfrentado uma série de problemas e escândalos. Investigado por diversos órgãos de fiscalização, incluindo a Polícia Civil, a Polícia Federal e o Ministério Público do Amazonas (MPAM), sua gestão tem sido marcada por alegações de corrupção, desvio de recursos e irregularidades em licitações.

Operação Arabu

A Operação Arabu, conduzida pelo MPAM, é um exemplo das ações empreendidas contra João Campelo. A investigação revelou supostas fraudes em contratações de uma empresa de shows, realizadas por meio de licitação, que totalizaram incríveis R$ 406.187,1 a serem pagos pelos serviços de realização de dois shows musicais na cidade: Festa de Aniversário da Cidade (novembro de 2018) e no evento da 10ª Festa de Soltura dos Quelônios, em dezembro daquele mesmo ano. Dessa forma, foi isso que levou o MPAM a abrir investigação devido ao alto valor do cachê para a banda Só dá Nós.

A Controladoria-Geral da União (CGU) também encontrou uma série de irregularidades nos processos licitatórios conduzidos pela prefeitura de Itamarati. Simulação do processo licitatório, inexistência de projeto básico, vínculos suspeitos entre os envolvidos, são apenas algumas das acusações apontadas pela CGU.

As investigações do MPAM e do Ministério Público Federal (MPF) ainda estão em curso, com suspeitas de dano ao erário público, improbidade administrativa, lavagem de dinheiro e desvio de recursos federais destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb). O MPF também apura supostas fraudes em licitações, incluindo a construção de uma creche em área de risco de desabamento de barranco, que consumiu mais de R$ 3,5 milhões.

Outra licitação sob suspeita é a compra de notebooks para alunos da Secretaria Municipal de Educação (Semed), no valor de mais de R$ 1,23 milhão. Promotores do caso questionam a necessidade de adquirir uma quantidade tão grande de equipamentos.

Além disso, a compra de fardamentos no valor de R$ 400 mil, também utilizando recursos do Fundeb, está sob investigação do MPF e do MPAM.

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), em conjunto com o MPAM, já ajuizou uma ação civil pública por improbidade administrativa contra João Campelo, devido a irregularidades na prestação de contas de Itamarati. O TCE-AM apontou despesas realizadas sem processo licitatório, chegando ao montante de R$ 76.120,00.

Diante de tantas acusações e investigações em andamento, a situação de João Campelo, agora gravemente doente, parece simbolizar o declínio de uma gestão marcada pelo caos e pela desconfiança. Resta aguardar os desdobramentos dessas tramas obscuras que envolvem o prefeito de Itamarati e sua administração.


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