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“A população está sem paciência com a impunidade”, diz sargento após moradores fazerem justiça com paus e pedras

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"A população está sem paciência com a impunidade", diz sargento após moradores fazerem justiça com paus e pedras

Manaus – Na noite deste sábado (23), após um homem ainda não identificado ser morto em linchamento por moradores do bairro Santa Etelvina na avenida 7 de maio, sargento da Polícia Militar, Ambrósio Farias da Silva explicou com exclusividade ao Portal CM7 que os populares “já estão sem paciência com a impunidade”. 

O caso no Santa Etelvina é apenas um dentre as dezenas que vieram acontecendo desde o início do ano na capital amazonense. Por conta da debilidade do sistema de Justiça no Brasil, que ainda continua pouco rigoroso devido a entraves políticos, e também por conta do cenário particular da violência em Manaus, fomentada pelo tráfico de drogas, a população “endureceu” e tem recorrido a uma versão mais rigorosa da antiga ‘Lei de Talião’.

A regra agora é mandar ladrão e assaltante “pro sal e colorau”, como dizem os populares.

É compreensível que este fenômeno do linchamento esteja se acentuando, justamente pela violência dos assaltos em comunidades carentes e transportes públicos, que, por vezes, termina matando inocentes e trabalhadores de bem. E quantas destas mortes e crimes foram solucionados com os bandidos realmente punidos?

São exatamente estas mortes de pessoas honestas não ‘vingadas’ que criam a sensação de impunidade, que acumuladas no imaginário coletivo, acabam dessensibilizando as pessoas.

A sensação que o povo tem é que a Justiça Formal está deixando nas mãos dos próprios comunitários o linchamento como válvula de escape pela ausência do mecanismo de pena de morte para crimes hediondos, pelos crimes não solucionados e pelos bandidos presos rapidamente soltos nas ruas, com todo aparato de defesa processual que as vítimas inocentes e seus familiares nunca recebem.

Como os próprios agentes da Lei são incapazes de refutar essa verdade moral e por vezes admitem estarem “enxugando gelo”, acabam afrouxando a punição ou deixando passar a prisão para linchadores, porque compartilham do mesmo sentimento de indignação contra os criminosos e o Sistema deixado pela esquerda.

Relembre alguns casos de linchamento em Manaus desde o início do ano:

Em Manaus, assaltante de ônibus ‘pede arrego’ à polícia para não receber ‘carinho’ da população

Um assaltante de ônibus da linha 054 foi preso com um simulacro de arma de fogo e encaminhado ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Segundo informações das testemunhas, o homem realizou assalto do ônibus enquanto o itinerante seguia rumo a comunidade do Nova Vitória, bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste da capital.

Após o criminoso anunciar o assalto, o motorista da empresa São Pedro conseguiu acionar os policiais da 6ª Companhia Interativa Comunitária jogando o veículo na frente da viatura policial, que logo entendeu que era assalto e realizou o cerco.

Ao perceber a desvantagem, o assaltante revelou que estava em posse de um simulacro e não de uma arma real e logo foi linchado pelos populares. Com a aproximação da polícia, o bandido “pediu arrego” para ser preso e escapar da justiça dos comunitários.

CPF cancelado: moradores do Tancredo Neves ‘racham’ seus capacetes de moto em cabeça de assaltante

Um assaltante, ainda não identificado, foi morto por moradores na rua Granada, bairro Tancredo Neves, zona Leste de Manaus.

Segundo informações das testemunhas no local repassadas aos policiais da 14ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), o homem linchado estava cometendo arrastões com um comparsa em uma moto por volta das 19:20.

Em torno de 20 populares do Tancredo Neves se mobilizaram e conseguiram encurralar um dos assaltantes. Os moradores, revoltados, alguns pilotos de moto, usaram seus capacetes para desferir golpes na região do crânio do ladrão que não resistiu aos ferimentos.

Casal acostumado a assaltar motoristas de app recebe ‘carinho’ caloroso da população em Manaus

Um suposto assaltante identificado como ‘Porquinho, e sua namorada, apontada como ‘Gaguinha’, foram espancados por um grupo de motoristas de aplicativo no bairro Petrópolis, na zona Sul de Manaus. 

De acordo com informações, o casal havia assaltado um motorista de aplicativo utilizado uma arma de brinquedo e no momento em que estavam fugindo, nas proximidades da Avenida Tefé, acabaram sendo capturados. 

Vulgo ‘Porquinho’ já possui passagem pela polícia por crimes de roubo e por porte ilegal de arma. Já ‘Gaguinha’ é investigada por crime de furto e associação ao tráfico de drogas. 

A mulher, que apanhou pouco, acabou sendo presa por policiais da 3ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom). Já o homem, não teve a mesma sorte.

‘Porquinho’ foi levado para o Serviço de Pronto-Atendimento (SPA) da Zona Sul, pois levou pauladas e chutes na cabeça. Após receber alta ele irá ser conduzido para uma unidade de polícia.


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