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A casa vai cair: Mamute, empresa ligada à família de Rodrigo Guedes, é o principal alvo da PF por indícios de lavagem de dinheiro

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Manaus –  A Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, em investigações semelhantes às realizadas na Operação Entulho, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22/06), a Operação “Dente de Marfim”. O nome faz alusão à empresa Mamute, que tem como proprietário o primo do vereador Rodrigo Guedes. 

O objetivo das autoridades é obter provas relativas às operações fraudulentas utilizadas para esconder a ocorrência de sonegação fiscal, obtenção de notas fiscais “frias” e lavagem de dinheiro durante os anos de 2016 e 2021, quando Arthur Virgílio Neto ocupava o cadeira de Chefe do Executivo Municipal.

Com a operação, os órgãos envolvidos apuram indícios encontrados durante as investigações de prática de diversos crimes, tais como: sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e em empresas supostamente ligadas à organização criminosa. Ainda foi deferido bloqueio no valor de 30 milhões de reais das contas bancárias e ativos financeiros, dentre outros bens de 34 pessoas físicas e jurídicas.

A ação é resultado de um relatório financeiro da Receita Federal, que apontou indícios de irregularidades ligadas a escritório de advocacia e contratações públicas.

A investigação

As investigações tiveram início há três anos, quando foram detectados indícios de que empresa que atua no ramo de limpeza pública comercializou com empresas de fachadas, consistindo na contabilização de despesas, produzidas a partir de notas fiscais de mercadorias e notas fiscais de serviços “frias”.

No âmbito da Operação Dente de Marfim, os Auditores-Fiscais da Receita Federal já identificaram, até o momento, a participação de 10 empresas, algumas de fachada, escritório de advocacia, órgão público municipal, além dos respectivos sócios das empresas, advogados e empregados da empresa de limpeza pública.

Essas empresas emitiram notas fiscais suspeitas de serem inidôneas, entre os anos calendário de 2016 e 2021, durante a gestão do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto, no valor de R$ 48 milhões, com sonegação fiscal estimada em mais de R$ 21 milhões em tributos federais, desconsiderando-se multa e juros, pois tais transações acarretaram a geração de créditos indevidos de PIS e Cofins, bem como reduziu as bases de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

Foram expedidos pela 2ª Vara Criminal/SJAM – Especializada no Julgamento de Crimes de Lavagem de Capitais, Contra o Sistema Financeiro e Cometidos por Organizações Criminosas 16 mandados de busca e apreensão.

As medidas cautelares de busca e apreensão visam obter elementos que comprovem a prática dos crimes investigados, além de aprofundar a investigação sobre o destino dos recursos. Somadas, as penas dos crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção podem ultrapassar 30 anos.

O nome “Dente de Marfim” é uma alusão à empresa investigada, que tem o nome de um mamífero da mesma família dos elefantes e que foi extinto há mais de 10 mil anos.

Empresa Mamute

A empresa Mamute Conservação, Construção e Pavimentação sob o CNPJ de número 17.783.933/0001-03 localizada no bairro Dom Pedro, tem como um dos sócios, o primo do vereador Rodrigo Guedes (PSC), sendo ele Carlos Edson Guedes de Oliveira Junior. 


A empresa tinha contrato milionário com ex-gestão da prefeitura de Manaus de Arthur Virgílio Neto (PSDB).  Vale ressaltar que ainda em 2016, antes de ser eleito, Rodrigo Guedes já era apontado como apadrinhado político de Arthur, inclusive integrando o cargo comissionado da presidência do PROCON-AM, e é justamente isso, os laços entre eles que levanta suspeita sobre a conduta do parlamentar da CMM. 

 


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