Spotify remove 75 milhões de músicas feitas com IA e anuncia novas regras para artistas
Mundo – O Spotify apertou o “pause” em 75 milhões de faixas criadas com o auxílio de inteligência artificial (IA). O anúncio, feito nesta quinta-feira (25), marca um dos maiores movimentos da plataforma contra abusos envolvendo a tecnologia. Ao mesmo tempo, a empresa reforçou que não pretende limitar o uso criativo da IA, mas sim garantir autenticidade, transparência e proteção para artistas e ouvintes.
A decisão surge diante do avanço das ferramentas capazes de compor, editar e até cantar músicas. Embora úteis para a criação, essas tecnologias também abriram espaço para fraudes, faixas de baixa qualidade (conhecidas como spam) e clonagem de vozes sem autorização.
Proteção contra deepfakes vocais
Um dos principais pontos das novas regras é a proteção contra imitações de artistas. O Spotify afirmou que está aprimorando sistemas para impedir uploads fraudulentos em perfis oficiais e para acelerar a remoção de conteúdos suspeitos. A meta é coibir deepfakes vocais que simulam cantores sem consentimento — prática que vem crescendo com o avanço da IA generativa.
Autenticidade no centro da criação
A plataforma reforçou que não busca “desafinar” quem usa IA de forma responsável. Pelo contrário, a empresa reconhece a tecnologia como ferramenta legítima de criação, desde que usada com transparência. O objetivo é evitar distorções nos algoritmos de recomendação e manter a confiança do público.
Um exemplo que expôs os dilemas dessa nova era foi a banda virtual The Velvet Sundown, criada integralmente por IA e que gerou repercussão mundial. O caso evidenciou a necessidade de sinalizações claras sobre músicas produzidas por máquinas.
Um novo compasso para a música digital
As mudanças no Spotify refletem o desafio do setor em encontrar harmonia entre inovação e ética. Se por um lado a IA oferece novas possibilidades criativas, por outro exige barreiras firmes contra manipulação e desinformação.
Com a remoção histórica de milhões de músicas, a plataforma dá o tom de que a indústria musical não pode perder o ritmo da autenticidade — ainda que a tecnologia tente improvisar fora da partitura.