Shein entra com pedido para abrir capital na bolsa de Hong Kong, diz jornal
Mundo – A varejista de fast fashion chinesa Shein, conhecida por vender roupas e outros produtos a preços baixos, entrou com um pedido confidencial de abertura de capital em Hong Kong nesta semana, informou o jornal britânico “Financial Times”.
O motivo, segundo o jornal, seria tentar pressionar o regulador do Reino Unido a ceder em suas obrigações de divulgação de riscos, permitindo que a empresa também consiga abrir capital na bolsa britânica. Caso isso seja confirmado, a expectativa é que essa seja a maior oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) do mercado londrino em anos, diz o jornal.
De acordo com o “Financial Times”, no entanto, as chances de a Autoridade de Conduta Financiera (FCA, na sigla em inglês) do Reino Unido aceitar um prospecto aprovado pela Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC, na sigla em inglês), é muito baixa, já que as exigências mínimas entre os dois órgãos são muito diferentes.
Prospecto é um relatório geralmente feito por empresas que pretendem abrir capital na bolsa de valores. Esse documento reúne informações da companhia — como sua área de atuação e seu lucro, por exemplo —, além de trazer projeções de quanto a empresa pretende arrecadar com a venda de ações, qual o destino dos recursos e os riscos envolvidos no investimento.
Em janeiro deste ano, segundo o jornal britânico, o presidente do comitê de negócios e comércio da Câmara dos Comuns do Reino Unido, Liam Byrne, escreveu ao chefe da FCA para expressar dúvidas sobre a integridade da cadeia de suprimentos da Shein.
A decisão veio após um funcionário sênior da companhia se recusar a responder perguntas sobre se as roupas continham algodão proveniente de Xinjiang — lugar na China onde se suspeita que grande parte da colheita seja feita sob condições de trabalho forçado.
Em 2024, as vendas da varejista aumentaram 19%, para US$ 38 bilhões (R$ 207,3 bilhões). O lucro líquido, por outro lado, registrou uma queda de quase 40% no mesmo período, para US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões).
Com informações do G1.