Nvidia enfrenta investigação antitruste na China e ações caem 2,1%
Mundo – A Nvidia, gigante norte-americana do setor de semicondutores, está no centro de uma nova controvérsia internacional. Nesta segunda-feira (15.set.2025), a Administração Estatal para Regulação do Mercado (SAMR) da China anunciou a abertura de uma investigação antitruste contra a empresa, alegando descumprimento de condições estabelecidas na aquisição da israelense Mellanox Technologies, realizada em 2020. A notícia provocou uma queda de 2,1% nas ações da Nvidia no pré-mercado, refletindo a preocupação dos investidores com as possíveis implicações do caso.
De acordo com a SAMR, a Nvidia violou a Lei Antimonopólio da China e as condições impostas para a aprovação da compra da Mellanox, que custou US$ 6,9 bilhões à época. A agência chinesa informou que, após uma investigação preliminar, decidiu aprofundar as análises para avaliar as práticas da empresa. A lei antitruste chinesa prevê multas que variam de 1% a 10% do faturamento anual da companhia investigada, o que pode representar um impacto financeiro significativo para a Nvidia, considerando sua receita global de bilhões de dólares.
Analistas apontam que a investigação pode ter motivações além das questões regulatórias. Segundo a Reuters, o movimento da China pode ser uma resposta estratégica às restrições impostas pelos Estados Unidos, que, em dezembro de 2024, limitaram as exportações de tecnologia para cerca de 140 empresas chinesas, incluindo mais de 100 na lista de comércio restrito. Nesse contexto, a investigação contra a Nvidia seria uma tentativa de Pequim de fortalecer sua posição nas negociações comerciais com Washington.
A Nvidia, liderada pelo CEO Jensen Huang, tem buscado manter uma relação equilibrada com o mercado chinês, um dos maiores consumidores de tecnologia do mundo. Huang realizou diversas viagens à China nos últimos anos, reforçando o compromisso da empresa com o país, apesar das barreiras impostas pelos EUA. No entanto, as tensões geopolíticas entre as duas potências econômicas continuam a complicar a operação de multinacionais como a Nvidia.
A queda de 2,1% nas ações da Nvidia no pré-mercado reflete a incerteza gerada pela investigação. Investidores temem que eventuais sanções ou restrições adicionais no mercado chinês possam afetar os resultados financeiros da empresa, que depende significativamente da demanda por seus chips de inteligência artificial e computação de alto desempenho.
A SAMR não detalhou o cronograma da investigação, mas a nota oficial indica que o processo será conduzido “de acordo com a lei”. Enquanto isso, o mercado acompanha de perto os desdobramentos, que podem influenciar não apenas a Nvidia, mas também o setor de tecnologia como um todo, em um momento de crescentes tensões regulatórias e comerciais globais.