Incêndios e estiagem geram prejuízo de R$ 45 bilhões no Brasil, alerta Confederação Nacional dos Municípios
Brasil – A crise climática que assola o Brasil em 2024 já gerou prejuízos de mais de R$ 45 bilhões, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A entidade revelou que 538 municípios decretaram situação de emergência devido aos incêndios florestais e à estiagem severa que afetam milhões de brasileiros.
As queimadas, que já devastaram grandes áreas, somam um prejuízo de R$ 1,1 bilhão, e a seca, ainda mais devastadora, já impactou diretamente 9,3 milhões de pessoas, com perdas acumuladas de R$ 43 bilhões. A CNM alerta que a situação é crítica, especialmente em regiões vulneráveis, e demanda uma resposta coordenada e urgente para mitigar os efeitos dessas catástrofes climáticas.
Como parte de uma solução de longo prazo, a Confederação defende a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2024. A PEC propõe a criação do Conselho Nacional de Mudança Climática, da Autoridade Climática Nacional e do Fundo Nacional de Mudança Climática, que destinaria 3% da arrecadação dos impostos de Renda e sobre Produtos Industrializados (IPI) ao fundo. Esse recurso seria essencial para fortalecer o combate aos desastres climáticos e promover ações de adaptação e resiliência nas cidades mais atingidas.
A CNM critica o atual modelo de alocação de recursos públicos, que considera insuficiente para lidar com a crescente gravidade da crise climática no Brasil. “Precisamos de medidas mais robustas e efetivas para enfrentar a seca e os incêndios que se agravam a cada ano”, destacou a instituição.
O Conselho Nacional de Mudança Climática, conforme previsto pela PEC, seria composto por líderes políticos, como o presidente da República, o presidente da Câmara dos Deputados e do Senado, além de governadores e representantes municipais. A Autoridade Climática Nacional, por sua vez, teria papel central na regulação, monitoramento e articulação de políticas climáticas entre diferentes ministérios.
Com as previsões climáticas cada vez mais alarmantes, a CNM reforça a necessidade de medidas concretas e eficazes para conter os impactos econômicos e sociais das mudanças climáticas no país, priorizando a resiliência das populações mais afetadas e o fortalecimento das políticas públicas ambientais.