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‘Imposto do pecado’ também pode aumentar preço de bicicletas, motos e TVs

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'Imposto do pecado' também pode aumentar preço de bicicletas, motos e TVs

Brasil – O cenário tributário brasileiro está prestes a passar por uma reviravolta significativa, com o governo e o Legislativo debatendo a inclusão de mais produtos no chamado “imposto do pecado.” Esse imposto, que tradicionalmente sobretaxa cigarros e bebidas alcoólicas, poderá agora incidir sobre uma série de outros produtos, incluindo bicicletas, motos, smartphones, TVs, condicionadores de ar e notebooks, entre outros.

Surpreendentemente, o objetivo não é desencorajar o consumo desses produtos, mas sim proteger a região da Zona Franca de Manaus (ZFM), onde muitos deles são fabricados. A ideia por trás dessa medida é que o imposto seletivo afetaria apenas as fabricantes localizadas fora da ZFM, mantendo a zona franca isenta dessas taxas adicionais.

A regulamentação completa desse “imposto do pecado” só ocorrerá após a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma tributária pelo Congresso Nacional, prevista para o próximo ano.

Fim do IPI e a Proteção à Zona Franca

De acordo com informações do Ministério da Fazenda, a reforma tributária também prevê o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que historicamente concedeu benefícios fiscais às empresas instaladas na região da ZFM.

Essa mudança levantou preocupações sobre a competitividade das empresas da Zona Franca de Manaus, já que os produtos fabricados lá atualmente são isentos do IPI, enquanto os mesmos produtos fabricados em outras regiões do país pagam esse imposto. O governo decidiu usar o “imposto do pecado” para garantir que as empresas da ZFM continuem recebendo esses benefícios fiscais.

Como resultado, os produtos fabricados fora da Zona Franca manterão uma diferença de alíquota em relação aos produtos fabricados em outras regiões, tornando os itens produzidos na ZFM mais acessíveis no mercado.

Cronograma e Previsões Futuras

O governo tem a intenção de criar o “imposto do pecado” sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente até 2027, com alíquota total. A regulamentação desse imposto ocorrerá por meio de uma lei complementar após a aprovação da PEC da reforma tributária no Congresso.

Reações do Setor de Bicicletas

A inclusão das bicicletas no âmbito do “imposto do pecado” gerou controvérsia no setor. A Aliança Bike, associação que promove a economia das bicicletas e seu uso no país, expressou sua preocupação com essa medida. Em nota, a entidade destacou a semelhança entre bicicletas, cigarros, armas e bebidas alcoólicas na nova reforma tributária e questionou a razão por trás da taxação das bicicletas da mesma forma que outros produtos notoriamente prejudiciais.


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