Grupo canadense avança com projeto de extração de potássio no Amazonas, buscando autossuficiência no Brasil
Amazonas – O grupo canadense Brazil Potash Corp. deu um importante passo no projeto de extração de potássio no Brasil, com investimento previsto de R$ 13,7 bilhões. A iniciativa, que visa a exploração das ricas reservas minerais de Autazes, a 113 km de Manaus, tem como meta reduzir a dependência do país de fertilizantes importados. A empresa prevê uma capacidade anual de produção de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio, essencial para o agronegócio brasileiro.
A instalação da mina está projetada para começar em 2025, com previsão de início da produção entre o final de 2028 e o início de 2029. O empreendimento, que se estende por 23 anos, será subterrâneo, a 800 metros de profundidade, e visa o aproveitamento das reservas de silvinita, minério rico em sais de potássio, localizadas próximas ao rio Madeira. Esse rio servirá como rota logística para o transporte do mineral até o principal mercado consumidor de fertilizantes, o Centro-Oeste brasileiro.
A urgência da instalação se explica pela dependência nacional de potássio importado: 95% do potássio utilizado na agricultura brasileira vêm do exterior, principalmente do Canadá, Rússia, Bielorrússia, Alemanha e Israel. Com o avanço do projeto da Brazil Potash, o Brasil poderá se aproximar da autossuficiência no insumo, um dos três elementos principais da fórmula NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), essencial para o crescimento saudável das lavouras.
As imagens divulgadas pela Brazil Potash revelam uma estrutura moderna e integrada para o beneficiamento do mineral, que poderá transformar Autazes em um polo estratégico para o setor agrícola, gerando emprego e impulsionando a economia local. O projeto da Brazil Potash é visto como um divisor de águas, prometendo impactar positivamente o agronegócio nacional e reduzir as incertezas no abastecimento de fertilizantes em meio à alta dependência externa do Brasil.