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Fitch vê riscos à imagem da Odebrecht, após nova fase da Lava-Jato

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RIO – A 26ª fase da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que teve como alvo a Odebrecht, pode impedir que a companhia retome sua carteira de obras de forma adequada, aumentando, assim, a pressão das notas de crédito da construtora. A análise faz parte de um relatório divulgado pela agência de classificação de risco Fitch Ratings. Segundo a Fitch, há ainda “riscos à imagem do grupo”.

“A Fitch não prevê problemas de liquidez para a construtora a curto e médio prazos, devido à sua forte posição de caixa. Entretanto, os potenciais reembolsos vinculadas ao resultado da investigação ainda são desconhecidas e podem mudar esta opinião”, ressalta a empresa em relatório. Apesar de o grupo ter afirmado que pretende fazer delação premiada com a Justiça de “modo definitivo”, a Fitch lembra que “se este acordo for aceito o risco de a Odebrecht ser impedida de participar de novos contratos públicos e de obter recursos de instituições públicas deixará de existir. Entretanto, não deverá eximir o grupo do pagamento de um pesado reembolso”.

Com a operação da Polícia Federal, os bônus perpétuos emitidos pela Odebrecht Finance em 2010, em um total US$ 750 milhões, registraram tombo de 19,9% na terça-feira, terminando negociados a 40,75% do valor de face. Nesta quarta-feira, o papel é negociado a 40% do valor de face. Ao longo de 12 meses, o “bond” perdeu 38 pontos-base.

Os “bonds” emitidos pela Odebrecht Offshore Drill Finance em 2013 – em um total de US$ 1,5 bilhão e com vencimento em 2022 – não registraram alteração relevante após a empresa ter virado foco da última fase da Lava jato. Mas em 12 meses derreteram 56 pontos-base, negociados na terça-feira a 21,5% do seu valor de face.

Apesar do recuo, a Fitch diz que a liquidez da Odebrecht continua sólida. “Em 30 de setembro de 2015, a companhia reportou posição de caixa e aplicações financeiras de R$11,5 bilhões, que cobriam a dívida de curto prazo, de R$ 1,6 bilhão”. A Ficht lembra que o próximo vencimento de dívida, de R$500 milhões, ocorrerá apenas em 2018.


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