Firjan defende impeachment de Dilma e pede basta
RIO – O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio, defendeu abertamente o impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira. É a primeira vez que o empresário advoga a favor da saída de Dilma. Segundo ele, Firjan e outras entidades patronais vão recorrer a parlamentares em busca de apoio para a retirada da presidente do poder.
— Ficou patente que não aguentamos mais. Queremos um basta. E um basta se dá através do impeachment, da responsabilidade de nossos congressistas têm de fazer o que precisam fazer dentro da democracia e da Constituição — disse Eduardo Eugênio na sede da Firjan, no Rio. — O impeachment está previsto na Carta magna. Podemos ter um novo governo no início de maio se o Congresso trabalhar na direção que precisa trabalhar.
Ele e outros representantes de federações das indústrias do estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Pará discutiram em videoconferência nesta tarde como vão se articular para obter apoio dos parlamentares.
— Repudiamos a postura de membros do governo usando seu status contra o Estado brasileiro. O que vimos ontem é escandaloso — afirmou Eduardo Eugênio, referindo-se à gravação telefônica em que Dilma e Lula combinam como o ex-presidente vai assinar o termo de posse de ministro, supostamente para obter foro privilegiado.
Semana passada, em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, Eduardo Eugênio ainda não defendia claramente o impeachment. “Não advogo pelo impeachment, mas é um instrumento sobre a mesa”, disse.
Nesta quinta-feira, Eduardo Eugênio, que vestia camisa preta, disse que “o risco institucional está sobre a mesa”, uma vez que já há agressões físicas de manifestantes nas ruas. Ele disse que o Brasil não pode deixar que “esse grupo nos leve para uma republiqueta” e demostrou preocupação com o ambiente para os negócios.
— Está tudo parado. Você acha que alguém em Brasília hoje está preocupado em falar sobre problemas de infraestrutura?