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Dólar perde força e fecha em queda de 0,61%, a R$ 4,023

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SÃO PAULO – As preocupações com a situação fiscal do país e a queda do preço do petróleo no exterior voltaram a pressionar os negócios nesta sexta-feira. No entanto, uma entrada de recursos no país no período da tarde fez o dólar perder força e fechar em queda. A moeda americana recuou 0,61% ante o real, cotado a R$ 4,021 na compra e a R$ 4,023 na venda. No entanto, na semana, a divisa acumula alta de 0,80%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma recuperação no final dos negócios e teve leve alta de 0,16%, aos 41.543 pontos. Na semana, os ganhos chegam a 4,35%.

O dolar operou em alta por todo o pregão, mas uma entrada de recursos fez a cotação recuar. Na visão de operadores, a divisa está operando dentro de uma determinada banda, encontrando dificuldade para romper esses limites e ir muito além dos R$ 4. “No final da sessão, motivada por um fluxo positivo de recursos, a divisa inverteu sua trajetória renovando mínimas, mostrando sua cotação ainda se mantém dentro de uma banda definida de oscilação, aguardando novidades do “front” econômico”, afirmou, em relatório a clientes, Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.

No exterior, o “dollar index”, calculado pela Bloomberg, registrava queda de 0,37% próximo ao encerramento dos negócios no Brasil, perdendo para as moedas consideradas fortes e ganhando para as de emergentes. Isso porque o petróleo voltou a se desvalorizar. O do tipo Brent recuava 3,82% no encerramento dos negócios no Brasil, cotado a US$ 32,97 o barril. A desvalorização dessa matéria-prima tende a afetar as moedas dos países produtores e também das ações das empresas da cadeia de óleo e gás. Isso também contribui para o aumento das dúvidas em relação ao crescimento da economia global.

DADOS NEGATIVOS

Apesar dos ganhos da Bolsa na semana, analistas lembram que o cenário externo deixou de ser favorável e não há perspectiva de melhora na economia interna. Na quinta-feira, o Banco Central apontou retração de 4% na atividade econômica no ano passado e o IBGE mostrou nesta sexta-feira que a taxa de desemprego chegou a 9%.

— Até o meio da semana, a alta da Bolsa era impulsionada pela melhora nas expectativas para o petróleo. Agora há uma incerteza em relação à limitação da produção do óleo. Internamente, nada melhorou na economia brasileira. Não dá para esperar muita coisa do mercado acionário com essa economia — disse Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.

Outro fator que adicionou volatilidade nos mercados financeiros foi a declaração do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre a falta de espaço para reduzir os juros no país. Além disso, o anúncio dos cortes no Orçamento de 2016 também estão no radar dos investidores. Na BM&FBovespa, os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2017 caíram de 14,29% para 14,22% e os de janeiro de 2021 recuaram de 15,89% para 15,74%.

— O que está acontecendo é um reflexo do que temos na economia, com indicadores ruins. Mas o cenário externo também não está ajudando. As incertezas ainda são grandes — explicou Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama.

Apesar do pessimismo com os indicadores internos, das ações mais negociadas, apenas as da Petrobras encerram o pregão com forte recuo, refletindo a desvalorização do petróleo no mercado internacional. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal caíram 2,83%, cotados a R$ 4,46, e os ordinários recuaram 3,33%, a R$ 6,38.

O setor bancário, de maior peso no Ibovespa, operou pela maior parte do pregão em queda, mas apresenta recuperação na etapa final dos negócios. As preferenciais do Itaú Unibanco tiveram alta de 0,91% e as do Bradeco subiram 0,40%. No caso do Banco do Brasil, as ações encerram o pregão com valorização de 1,08%. Nesta sexta-feira, o Citi anunciou o interesse em vender os negócios de varejo em alguns países, incluindo o Brasil.

Também passaram a operar em terreno positivo e se mantiveram por lá as preferenciais da Vale, que fecharam em alta de 4,07%, e as ordinárias, que subiram 2,78%.

No exterior, os principais indicadores acionários operam em queda. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, registrou recuo de 0,80%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, caiu 0,39%. O FTSE 100, de Londres, cai 0,36%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 0,27% e o S&P 500 registra desvalorização de 0,29%.


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