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Banco Central da China aumentará exigência de reserva de capital

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PEQUIM – O Banco Central da China anunciou nesta sexta-feira que alguns bancos serão forçados a separar mais reservas, uma medida que poderá frear o crescimento do crédito após um salto nos avanços dos bancos menores em janeiro.

Alguns bancos já não atendem os critérios de proporção de exigência de reserva preferencial e terão esses níveis aumentados, informou a autarquia em um comunicado. Antes do anúncio, a Bloomberg News havia informado que alguns bancos terão uma proporção mais elevada porque as autoridades chinesas querem limitar os riscos associados ao salto no crédito ocorrido no mês passado. O Banco Central chinês disse que a medida não foi impulsionada pela velocidade dos empréstimos.

O BC também afirmou que uma avaliação realizada pela instituição mostrou que alguns bancos que anteriormente não cumpriam o critério para proporções preferenciais agora o atendem. Os ajustes nas proporções de exigência de reserva dos bancos serão realizados a partir de 25 de fevereiro, segundo o banco central.

Em 2014, o banco central introduziu proporções de exigência de reserva preferencial para bancos cujos empréstimos ao setor agrícola ou a pequenas empresas excediam certos limites em relação aos seus empréstimos em geral. Desde então, os créditos inadimplentes dos bancos chineses vêm aumentando, coincidindo com o momento em que o crescimento econômico atinge o ritmo mais lento em 25 anos (6,9% em 2015). Os dados do banco central divulgados nesta semana segundo os quais os empréstimos atingiram um nível recorde em janeiro provocaram temor de mais riscos no sistema financeiro.

— Isso reforça a visão de que eles não repetirão o tipo de estouro de crédito de 2009-2010 — indicou Tim Condon, chefe de pesquisa asiática da ING Groep em Cingapura. — Eles querem encorajar o fluxo de financiamento para o setor corporativo e isso é consistente com os objetivos de crescimento, mas não será fácil para as empresas zumbis emprestar dinheiro e acumular créditos inadimplentes.

IMPACTO DOS PEQUENOS E MÉDIOS BANCOS

Os dados dessa semana do BC indicam que os quatro maiores bancos da China não eram o motor por trás do frenesi de crédito do mês passado. Os bancos de pequeno e médio porte ampliaram um total combinado de 1,45 trilhão de yuans (US$ 222 bilhões) em novos empréstimos em janeiro, respondendo por 60% do aumento total, segundo os dados. O BC define os bancos de pequeno e médio porte como aqueles que tinham menos de 2 trilhões de yuans em ativos no fim de 2008.

A participação de mercado coletiva do Industrial Commercial Bank of China, do China Construction Bank, do Banco Agrícola da China e do Banco da China caiu para 20% no mês passado, contra quase 40% em dezembro, mostram os números. Os quatro bancos haviam estabelecido metas de empréstimos para este ano pouco diferentes das de 2015, disseram outras pessoas com conhecimento do assunto na sexta-feira.

As ações dos bancos em Xangai e em Hong Kong caíram após a notícia do aumento na meta de reserva de capital exigida informada pela Bloomberg News. As ações do ICBC e do Agricultural Bank fecharam em baixa de pelo menos 1% em Hong Kong. O Bank of Beijing caiu 2,2 por cento em Xangai e o Bank of Nanjing perdeu 1,3%.

Enquanto os grandes bancos indicam cautela, os bancos menores “estão desesperados para fazer empréstimos”, disse Mu Hua, analista da GF Securities em Guangzhou:

— Eu simplesmente não consigo entender onde eles encontrariam tantos projetos bons para fazer empréstimos. Isso provavelmente está acendendo um alerta no banco central.

Contudo, o banco central chinês está tentando reduzir os custos globais de financiamento para apoiar uma economia que no ano passado se expandiu ao ritmo mais lento em 25 anos. Para guiar as taxas de juros do mercado para baixo a instituição disse aos bancos que é capaz de fornecer dinheiro por meio de sua linha de empréstimo fácil de médio prazo a 2,85 por cento para créditos de seis meses, contra uma taxa anterior de 3 por cento.

— A mensagem do banco central é clara: a expansão do crédito não deve minar as reformas para reduzir o excesso de capacidade — disse Iris Pang, economista sênior para a Grande China do Natixis em Hong Kong.


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