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Banco Central confirma: Drex, a moeda digital brasileira, começa a operar em 2026 em versão reduzida

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Banco Central confirma: Drex, a moeda digital brasileira, começa a operar em 2026 em versão reduzida

Brasil – O Banco Central anunciou que o Drex, projeto de moeda digital brasileira, começará a operar em 2026, mas em uma versão inicial mais restrita do que a prevista nos testes. Diferente do modelo de varejo que chegou a ser especulado, o sistema não terá blockchain nem tokenização na largada e será voltado apenas a processos internos do sistema financeiro, com foco no mercado de crédito.

A decisão marca uma mudança de rota em relação ao projeto piloto, que havia testado o uso de tecnologias como o Hyperledger Besu. Segundo o economista Fernando Ulrich, que comentou o anúncio em vídeo recente, o BC optou por priorizar uma entrega “menor e mais prática”, mirando a reconciliação de gravames – isto é, a checagem de garantias em operações de crédito entre instituições financeiras.

De “moeda digital popular” a ferramenta de bastidor

Ulrich destacou que o Drex não deve ser confundido com uma CBDC de varejo, modelo em que cada cidadão teria uma carteira digital no Banco Central.

“O Drex não rompe o elo de intermediação com os bancos comerciais”, afirmou.

Na prática, o desenho aproxima o Drex de uma CBDC de atacado, voltada a infraestrutura financeira, e não a uma “moeda digital do público”. O economista lembrou que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, já havia indicado em eventos como o Blockchain Rio 2025 que o projeto brasileiro não seguiria o formato clássico de moedas digitais para uso direto pela população.

Pix continua sendo a solução para pagamentos

Enquanto a promessa do Drex é atacar fricções do mercado de crédito e capitais, o Pix seguirá como a principal ferramenta de pagamentos no Brasil.

“Soluções como o Pix já resolvem boa parte dos problemas que muitas CBDCs tentam atacar”, observou Ulrich.

Privacidade, riscos e cautela internacional

A decisão do BC também reflete entraves técnicos mapeados nos testes, como questões de privacidade e escalabilidade. Ulrich lembrou que, em outros países, projetos de CBDCs de varejo levantaram críticas pelo risco de maior controle estatal sobre o dinheiro das pessoas, como rastreamento integral de transações ou possibilidade de bloqueios automáticos.

Esse debate ganhou força nos Estados Unidos, onde estados como a Flórida aprovaram leis contra o reconhecimento de uma CBDC como “dinheiro” e o ex-presidente Donald Trump chegou a assinar um decreto proibindo o desenvolvimento do modelo no país.

O que vem pela frente

Segundo Ulrich, o Drex anunciado para 2026 será apenas um primeiro passo e não deve ser visto como um “real digital” para uso popular. Avanços futuros em tokenização ou DLT não foram descartados pelo Banco Central, mas dependem da criação de garantias de privacidade e governança.

Mais do que especular sobre geopolítica ou integração aos BRICS, Ulrich defende que a sociedade acompanhe de perto os próximos movimentos do BC.
— A fase inicial é técnica e restrita. O debate público será necessário se o escopo mudar e o país cogitar um modelo de varejo — alertou.

 



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