Aumento de quase R$ 1 no diesel reduz defasagens nos preços da Petrobrás, diz Ineep
Brasil – O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (Ineep), afirmou que os aumentos de 16,3% no preço da gasolina e de 25,8% no diesel, anunciados pela Petrobrás nesta terça-feira (15) recompõem em parte as diferenças percebidas em semanas anteriores entre os valores praticados pela empresa e os preços de paridade de importação, calculado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Segundo cálculos do Ineep, as diferenças chegaram a 16% (R$ 0,48) no caso da gasolina e a 23% (R$ 0,90) no caso do diesel. Com os novos aumentos, as defasagens caem para 2,3% e 3,1%, respectivamente, a partir dos dados da ANP de 10 dias atrás. De acordo com o Ineep, os reajustes realizados nesta terçça-feira se alinham à nova política comercial para o diesel e gasolina anunciada pela companhia em 16/05, na medida em que consideram parâmetros para formação do preço da companhia para além dos preços de paridade de importação (PPI) e garantem maior flexibilidade à empresa na precificação de seus produtos. >>> FUP: alta dos combustíveis evidencia necessidade de acelerar aumento da produção e a autossuficiência
Esses reajustes refletem as recentes altas observadas nos preços do petróleo e seus derivados no mercado internacional. Os preços do petróleo Brent, que serve de referência para o mercado nacional, registram viés de alta desde agosto. Isso afetou o diferencial entre a nova política de preços internos da Petrobras e a antiga política de paridade de importação. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE, dos EUA), embora tenham subido a partir do final de julho, a tendência dos preços da gasolina e do diesel é de queda nos próximos meses, o que pode fazer com que novos reajustes de preços não sejam demandados.
O Ineep comenta ainda que o atual parque de refino brasileiro requer importações para o abastecimento do mercado interno, em especial do diesel, e isso pressiona para que os preços internos não se afastem muito dos preços do mercado internacional. Em julho, houve uma combinação de alta de preços internacionais com um aumento do dólar em relação ao real, o que motivou um movimento de pressão para a subida dos preços internos.
