Vereadores acusados de violência doméstica buscam reeleição em Manaus
Manaus – Às vésperas das eleições municipais, três vereadores de Manaus – Diego Afonso (PDT), Rosivaldo Cordovil e Professor Fransuá (PSD) – tentam a reeleição, apesar de um histórico comprometedor de acusações de violência doméstica. As denúncias contra esposas, ex-esposas e outras pessoas de seu convívio mancham suas campanhas, levantando questionamentos sobre sua integridade e compromisso com os eleitores.
Diego Afonso, que busca mais um mandato, é um exemplo notório de hipocrisia política. Em 2019, seu Projeto de Lei nº 146, que priorizava mulheres vítimas de violência doméstica na aquisição de imóveis por programas habitacionais, foi aprovado na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Em seu discurso, ele afirmou que a violência doméstica precisava ser combatida: “Além de combatermos com diversas ações, ao viabilizarmos mecanismos que visem contribuir para a minimização desta violência, teremos uma sociedade mais justa e menos doente.”
No entanto, suas ações não corresponderam às palavras. Em fevereiro de 2020, Afonso foi acusado de agredir sua ex-esposa, que conseguiu uma medida protetiva após prestar queixa na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM). A delegada Ivone Maria Rocha atendeu o caso, expondo a contradição entre o discurso público e a conduta pessoal do vereador.
Rosivaldo Cordovil também enfrenta acusações graves. Em julho de 2020, sua ex-esposa registrou uma denúncia na DECCM, alegando ameaças, injúrias e lesões corporais durante o processo de separação e divisão de bens do casal. Em um discurso na tribuna da CMM, Cordovil minimizou as acusações e criticou quem o chamava de violento: “Passo por esse momento difícil em que qualquer pessoa ou casal pode passar. Sei que tudo vai se resolver da melhor maneira possível, com tranquilidade, e peço a Deus que tudo venha dar certo. Não vou aceitar ser taxado de agressor por causa de blogs.”
Professor Fransuá também tem um passado controverso. Em 2018, ele foi acusado de agredir sua namorada de 36 anos, após ela se recusar a participar de uma suposta orgia com seus amigos em um hotel em Presidente Figueiredo, a 101 km de Manaus. Segundo depoimento da vítima na delegacia, ela foi puxada para fora do quarto, agredida e xingada, tendo seus pertences jogados fora e sendo mandada de volta para casa a pé.
Esses casos levantam sérias dúvidas sobre a capacidade e a moralidade desses vereadores em continuar representando a população de Manaus. Suas tentativas de minimizar as acusações e manter uma fachada de defensores dos direitos das mulheres contrastam fortemente com os relatos de violência e abuso.
Os eleitores de Manaus precisam avaliar cuidadosamente se esses candidatos merecem mais um mandato, considerando os graves incidentes em que estão envolvidos.