Tribunal Superior do Trabalho quer construir sala VIP para ministros de R$ 1,5 milhão no aeroporto de Brasília
Brasil – O Tribunal Superior do Trabalho (TST), com sede em Brasília, anunciou a construção de uma sala VIP no Aeroporto Internacional de Brasília, destinada exclusivamente aos seus 27 ministros. Com um custo estimado em R$ 1,5 milhão ao longo de dois anos, conforme revelou o jornal Folha de S. Paulo, a iniciativa tem gerado questionamentos sobre sua necessidade e impacto financeiro.
A sala, que ocupará 44 m² em uma área restrita do terminal, será equipada com mobiliário reaproveitado do acervo do TST, segundo o Tribunal. Além do investimento inicial, o projeto prevê um aluguel mensal de R$ 30 mil, somado a despesas com estacionamento, rateio de custos comuns, credenciamento e treinamento de segurança operacional.
O contrato também estipula um mínimo de 50 atendimentos mensais, ao custo de R$ 284 por atendimento, totalizando R$ 14.200 por mês, com possibilidade de até 40 atendimentos excedentes no mesmo valor unitário.De acordo com o TST, a medida segue diretrizes de uma resolução do Poder Judiciário para proteção de autoridades, com o objetivo de “minimizar riscos à segurança em áreas de circulação pública do terminal”.
O espaço permitirá embarques e desembarques mais seguros e organizados, com apoio logístico especializado. Os ministros também contarão com carro privativo para deslocamentos até a aeronave em casos de ausência de ponte de embarque e acompanhamento por funcionário do aeroporto, separados dos demais passageiros.A iniciativa, porém, não é inédita. Outros órgãos, como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Câmara dos Deputados e a Procuradoria-Geral da República (PGR), já possuem espaços exclusivos no mesmo aeroporto.
Ainda assim, o alto custo da obra e dos serviços associados levanta debates sobre a prioridade do investimento, especialmente em um contexto de contenção de gastos públicos.O TST justifica que a sala VIP é essencial devido à rotina de deslocamentos aéreos dos ministros para atividades judicantes e correcionais em todo o país. Contudo, críticos apontam que os custos elevados e a exclusividade do espaço podem ser vistos como privilégios incompatíveis com a realidade orçamentária do país. A construção da sala VIP está em fase de planejamento, e o TST ainda não divulgou detalhes sobre o início das obras ou prazos para sua conclusão. Enquanto isso, a sociedade acompanha com atenção o desenrolar do projeto, que reacende discussões sobre transparência e eficiência no uso de recursos públicos pelo Judiciário.


