“Superfaturamento?”: prefeito Denis Paiva dá mais de R$ 2,2 milhões para empresa de Manaus reformar escola em Atalaia do Norte
Amazoanas – O prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva (União Brasil), voltou a chamar atenção por decisões controversas na gestão de recursos públicos. Recentemente, ele autorizou a contratação da empresa Altus Engenharia LTDA para a reforma e ampliação da Escola Municipal Luciney Mello Carneiro, em um contrato de R$ 2.261.946,71, com prazo de execução de 240 dias — ou seja, oito meses, levantando a suspeita de superfaturamento.
O que chama atenção é a atividade principal da empresa vencedora: manutenção e reparação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras, atividade completamente distinta da construção civil ou de reformas escolares. A informação consta no documento oficial da Concorrência Presencial nº 006/2025, publicado no Diário Oficial do Município (DOM).
Não é a primeira vez que o prefeito Denis Paiva contrata a Altus Engenharia para obras de grande porte. Em 2023, a mesma empresa foi contratada para construir uma escola de dez salas de aula pelo valor superior a R$ 4 milhões. Na ocasião, a Altus possuía como atividade principal manutenção e reparação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, enquanto a construção civil aparecia apenas como atividade secundária.
Especialistas em licitações apontam que o histórico da empresa e sua atividade principal não correspondem à complexidade do serviço contratado, levantando questionamentos sobre eficiência, transparência e adequação da escolha da empresa. A situação acende um alerta sobre possíveis irregularidades em processos que envolvem recursos públicos milionários destinados à educação.
A Altus Engenharia LTDA, registrada sob CNPJ 18.376.340/0001-87, foi fundada em 2013 e possui capital social de R$ 1.950.000,00. O empresário Alaric Paulo Ramos Viana é o responsável legal pela empresa, cuja sede está localizada na Rua Judith Motta, 32 – Parque 10 de Novembro, em Manaus.
A contratação de uma empresa por um valor tão exorbitante, sem a devida transparência sobre os gastos na construção civil, coloca em risco o investimento público e lavanta a suspeita de superfaturamento, que pode prejudicar a rede municipal de Atalaia do Norte.