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Senador comete suicídio após saber que seria preso por corrupção

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Vale lembrar – Como você já deve ter suspeitado, não vamos contar aqui a história de um político brasileiro. Na verdade, se trata do caso de um norte-americano chamado Robert Budd Dwyer que, em 1987, após enfrentar uma batalha judicial relacionada com acusações de corrupção, reuniu membros da mídia para uma coletiva de imprensa e, diante de todos, colocou uma arma na própria boca e puxou o gatilho enquanto toda a cena era televisionada.

Dwyer tinha mestrado em educação e ingressou na política após exercer a profissão de professor durante alguns anos. Ele se afiliou ao Partido Republicano em 1960, atuou como membro da Câmara dos Representantes — que, juntamente com o Senado, compõe o Congresso norte-americano — entre os anos de 1965 e 1970, e mais tarde, foi eleito senador no Estado da Pensilvânia.

Acusação anônima

No início da década de 80, quando seu mandato como senador terminou, Dwyer foi trabalhar para o tesouro nacional — e foi aí que seus problemas começaram. O republicano entrou para a mira das autoridades depois de o governador da Pensilvânia receber uma carta anônima que acusava Dwyer de supostamente usar o seu cargo para ganhar propinas em um caso de licitações relacionadas com companhias privadas de contabilidade.

Dwyer em um evento com o Presidente Ronald Reagan

O Estado da Pensilvânia havia descontado milhões de dólares a mais do que deveria do sistema previdenciário federal e precisava contratar uma empresa que pudesse calcular o valor das restituições que deveriam ser pagas aos trabalhadores do estado. Pois o documento anônimo alegava que Dwyer havia cobrado uma graninha para beneficiar uma empresa chamada Computer Technology Associates.

O político negou todas as alegações, mas, em 1986, uma investigação foi iniciada para apurar as denúncias. Dwyer foi acusado de ter recebido US$ 300 mil (ou cerca de R$ 1 milhão) para convencer o comitê responsável pelas licitações a conceder o contrato à Computer Technology Associates. John Torquato Jr., proprietário da companhia envolvida no escândalo, assim como seu advogado, William Smith, e a esposa dele, também foram indiciados.

A situação se complica

Durante o processo, Torquato e o casal Smith receberam uma petição para testemunhar contra Dwyer — o que dificultou bastante o trabalho da defesa do político. O republicano chegou a receber uma oferta do procurar do distrito dos EUA para que ele assinasse um documento no qual assumia a culpa, pedia demissão de seu cargo e prometia cooperar com as investigações em troca de uma sentença de, no máximo, cinco anos de prisão.

Dwyer é indiciado

Por outro lado, se fosse condenado, Dwyer poderia ser condenado a pagar uma multa de US$ 300 mil e passar até 55 anos atrás das grades. Só que o republicano recusou a oferta e continuou defendendo a sua inocência — e foi levado a julgamento. Torquato e os Smiths, que já haviam feito acordos para reduzir suas penas, testemunharam contra Dwyer, e ele foi considerado culpado das acusações de conspiração, fraude e perjúrio no final de 1986.

As autoridades permitiram que o político permanecesse em seu cargo até que a sentença final fosse pronunciada e, durante esse período, ele continuou defendendo veementemente a sua inocência. Dwyer inclusive chegou a solicitar que o Presidente dos EUA — na época, Ronald Reagan — emitisse uma nota oficial de desculpas, mas o pedido foi prontamente negado.

Desfecho trágico

Em janeiro de 1987, Dwyer convocou uma coletiva de imprensa — e todos pensaram que ele anunciaria a renúncia do cargo. Mal sabiam eles que testemunhariam um ato desesperado. Com todos reunidos, o político leu um pronunciamento de 21 páginas diante das câmeras de TV onde afirmava que era inocente e dizia que não renunciaria ao cargo.





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