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Relembre frases polêmicas do papa Francisco sobre aborto, LGBTs e outros temas; veja

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Relembre frases polêmicas do papa Francisco sobre aborto, LGBTs e outros temas; veja

Mundo – O papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21/4) aos 88 anos, marcou seus 12 anos de pontificado com um estilo pastoral que combinava simplicidade, empatia e coragem para abordar temas controversos. Primeiro pontífice latino-americano e jesuíta, Jorge Mario Bergoglio ficou conhecido por discursos que enfatizavam misericórdia, inclusão e justiça social, mas também por declarações que geraram intensos debates dentro e fora da Igreja Católica. Embora tenha mantido as doutrinas tradicionais, suas palavras sobre aborto, pessoas LGBTs, desigualdade social e outros temas frequentemente desafiaram paradigmas, atraindo elogios e críticas. Relembre algumas de suas frases mais polêmicas e impactantes.

Sobre a comunidade LGBT

Francisco trouxe um tom mais humano ao discutir a homossexualidade, rompendo com a postura mais rígida de antecessores. Em 29 de julho de 2013, durante uma entrevista no voo de volta da Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, ele declarou:
“Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”

A frase, resumida como “Quem sou eu para julgar?”, tornou-se icônica, sendo celebrada por setores progressistas como um passo rumo à inclusão. Contudo, conservadores questionaram se ela suavizava a doutrina católica sobre a castidade, gerando um debate que perdurou.

Em 15 de março de 2021, em entrevista ao canal Televisa, ele esclareceu sua posição:

“O casamento é entre um homem e uma mulher. A Igreja não muda, mas as pessoas homossexuais devem ser respeitadas e acolhidas.”

A declaração buscou equilibrar a tradição com a pastoral, mas frustrou quem esperava mudanças estruturais na doutrina, enquanto reforçou a imagem de Francisco como um líder sensível, porém fiel aos princípios católicos.

Em 4 de agosto de 2023, na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, ele reforçou a inclusão:

“Na Igreja há espaço para todos. Todos, todos, todos.”

A frase, embora ampla, foi interpretada como um chamado à acolhida de minorias, incluindo a comunidade LGBT, mas também gerou críticas de setores que viam ambiguidade em sua mensagem.

Aborto: condenação firme

No tema do aborto, Francisco foi categórico, alinhando-se à doutrina católica tradicional. Em 19 de fevereiro de 2016, falando a médicos e profissionais de saúde, ele afirmou:

“O aborto não é um mal menor. É um crime. É o que faz um assassino.”

A linguagem dura chocou pela intensidade, especialmente em um pontificado marcado pela misericórdia, e gerou críticas de grupos pró-escolha, que a consideraram insensível. Setores pró-vida, por outro lado, aplaudiram a clareza.
Em 10 de outubro de 2018, durante uma audiência geral no Vaticano, ele reiterou:

“O aborto não é um problema religioso, é um problema humano. É um crime.”

A frase ampliou o debate ao apresentar o aborto como uma questão ética universal, mas também intensificou as críticas de ativistas que defendem o direito à escolha, enquanto reforçou o apoio de católicos conservadores.

Desigualdade social: crítica ao sistema

Francisco frequentemente abordou a desigualdade e o consumismo com metáforas contundentes. Em 24 de novembro de 2013, na exortação apostólica Evangelii Gaudium, ele declarou:

“A economia mata.”

A crítica ao capitalismo desenfreado foi elogiada por ativistas sociais, mas provocou reações de economistas e políticos conservadores, que a consideraram simplista e populista.

Em 8 de julho de 2015, durante uma missa em Lampedusa em memória de migrantes mortos, ele afirmou:

“A globalização da indiferença nos tirou a capacidade de chorar.”

A frase tornou-se um marco de sua crítica à apatia diante do sofrimento global, mas também foi vista como um apelo emocional que nem todos consideraram prático.

Mais recentemente, em outubro de 2024, ele disse:

“A indiferença é mais perigosa que o câncer.”

A metáfora reforçou sua visão de que a falta de empatia é uma ameaça à humanidade, mas gerou debates sobre sua aplicabilidade em contextos concretos.

Outros temas: guerra, fofoca e esperança

Francisco também deixou frases marcantes sobre temas diversos, muitas vezes com tom provocador. Sobre a guerra, em 7 de setembro de 2013, durante uma vigília pela paz na Síria, ele afirmou:

“A guerra é sempre uma derrota para a humanidade.”

A declaração, embora amplamente aceita, foi vista por alguns como idealista em um mundo marcado por conflitos geopolíticos.

Sobre fofoca, um tema recorrente em suas homilias, ele disse em 16 de fevereiro de 2015:

“A fofoca é um terrorismo, porque quem fofoca joga uma bomba e vai embora.”
Repetida em 2 de setembro de 2020 (“A fofoca é terrorismo”), a frase gerou reflexões, mas também críticas por sua linguagem hiperbólica.

Em 31 de janeiro de 2018, ele ofereceu uma visão otimista:

“Não existe santo sem passado, nem pecador sem futuro.”

A frase, popular entre os fiéis, destacou a mensagem de redenção, mas foi interpretada por alguns como uma suavização da gravidade do pecado.

Contexto de sua morte

O papa Francisco faleceu às 7h35 de 21 de abril de 2025, após complicações de uma pneumonia bilateral, conforme anunciado pelo Vaticano:

“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.”
Internado desde 14 de fevereiro de 2025 no hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, ele enfrentava problemas respiratórios agravados por uma bronquite tratada em 2023. Apesar de expectativas de uma recuperação de “pelo menos 2 meses”, sua saúde deteriorou rapidamente.

Nascido em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o segundo papa mais velho a governar a Igreja em 700 anos. Seu pontificado, iniciado em 13 de março de 2013, foi marcado por gestos de humildade, como morar na Casa Santa Marta em vez do Palácio Apostólico, e por um compromisso com o diálogo em um mundo polarizado.





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