“Quando a censura vem, a revolução chega”: o alerta do Nepal para o Brasil
 
                    Mundo – A renúncia do primeiro-ministro comunista do Nepal, Khadga Prasad Sharma Oli, após massivos protestos contra o bloqueio de redes sociais, deixou um recado claro para o mundo: a censura digital pode ser a faísca de uma revolução. O episódio que incendiou Katmandu — literalmente, já que o Parlamento e casas de autoridades foram atacados e queimados — expõe a fragilidade de governos que tentam controlar a comunicação da sociedade por meio da força.
No Nepal, a decisão de restringir o acesso a 26 plataformas, incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube e X, com a justificativa de “obrigar empresas a se registrarem e prestarem contas ao Estado”, rapidamente saiu do campo administrativo e se transformou em uma crise nacional. A tentativa de controlar a internet custou caro: 19 mortos em confrontos, centenas de feridos e um governo derrubado em questão de dias.
A lição para democracias frágeis
O episódio nepalês levanta uma reflexão importante para países que convivem com tensões políticas internas — como o Brasil. Por aqui, a discussão sobre liberdade de expressão e regulação das plataformas digitais vem crescendo. Mas o exemplo do Nepal mostra o risco de medidas precipitadas: limitar a voz do povo não reduz os problemas sociais, apenas os amplia.
Quando governos tentam calar a sociedade, o resultado costuma ser o oposto. A população encontra novos caminhos de resistência, e a repressão gera ainda mais indignação. O grito ouvido nas ruas de Katmandu — “Parem de matar crianças!” — poderia ecoar em qualquer democracia que descambe para o autoritarismo.
Diferença de golpe em cada país:
🇳🇵 Nepal | Brasil 🇧🇷 pic.twitter.com/jJ4snDIHi6
— Thai (@thairizard) September 9, 2025
O preço da censura
A censura digital não é apenas um ato contra empresas de tecnologia: é, sobretudo, um ataque direto ao cidadão comum, que depende das redes para se informar, se mobilizar e fiscalizar seus governantes. Ao tentar controlar as plataformas, o governo nepalês fechou o canal de diálogo com seu próprio povo. O resultado foi revolta, violência e, por fim, a queda de quem acreditava que poderia se sustentar pela força.
O alerta para o Brasil
Seja no Nepal, em Bangladesh, no Sri Lanka ou em qualquer outro país, a lição é clara: quando os governos bloqueiam a comunicação, abrem caminho para o caos. O Brasil, que hoje vive debates intensos sobre regulação da internet, deve observar esse alerta com atenção.
Censura não gera estabilidade. Pelo contrário: quando a liberdade é sufocada, a revolução chega.
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