PUC-RS cancela apresentação de Eduardo Bueno após escritor comemorar assassinato de Charlie Kirk; vídeo
Brasil – A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) anunciou neste sábado (13) o cancelamento da apresentação do jornalista e escritor Eduardo Bueno, conhecido como Peninha. O evento, intitulado “Brasil: Pecado Capital”, estava programado para ocorrer neste domingo (14), no Salão de Atos Ir. Norberto Rauch, e abordaria a história de Salvador, Rio de Janeiro e Brasília sob a ótica da construção do poder nacional e seus desvios.
A decisão da universidade veio após a repercussão de declarações de Bueno sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, morto a tiros nos Estados Unidos no último dia 10. Em vídeo publicado nas redes sociais, Peninha afirmou que a morte de Kirk seria “terrível, exceto quando é Charlie Kirk” e chegou a ironizar que “foi bom para suas filhas”.
Nota de repúdio da PUC-RS
Em comunicado oficial, a PUC destacou que o evento não fazia parte de sua programação institucional, sendo promovido por terceiros em espaço alugado. Ainda assim, a instituição decidiu rescindir o contrato.
“A PUC-RS repudia qualquer manifestação contrária à vida e à dignidade humana, posturas que não condizem com os valores da universidade”, afirmou a nota.
A universidade frisou ainda que mantém seu compromisso com a liberdade de expressão, mas ressaltou que a celebração da morte de qualquer pessoa não encontra respaldo em seus princípios.
Reações políticas
As falas de Eduardo Bueno provocaram forte reação entre autoridades e parlamentares. O vereador de Porto Alegre Ramiro Rosário (Novo) chegou a acionar o consulado norte-americano, denunciando a filha do escritor, que reside nos Estados Unidos, por considerar que haveria risco à segurança. Rosário também celebrou a decisão da PUC, chamando-a de “vitória do respeito à vida sobre a intolerância política”.
Já o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, parabenizou a universidade em publicação nas redes sociais:
“Cada pessoa tem o direito de pensar diferente, mas comemorar ou desejar a morte de alguém por divergências políticas é desumano e inaceitável. Não podemos nos transformar em animais diante das diferenças”.
Outros casos pelo país
O episódio envolvendo Peninha soma-se a outras situações de repercussão nacional. Em São Paulo, um músico foi afastado da empresa que presta serviços ao Theatro Municipal após chamar Kirk de “neonazista”. No Ceará, o deputado André Fernandes (PL) informou que a Polícia Militar abrirá procedimento contra o agente Veríssimo Torres, que escreveu em suas redes sociais: “Mataram o Nikolas Ferreira dos EUA, agora falta saber quando o daqui também vai”.
Retratação parcial
Diante das críticas, Eduardo Bueno publicou um novo vídeo neste sábado (13), no qual reconheceu ter cometido um “deslize” motivado pelo calor das redes sociais. O escritor afirmou lamentar ter “colocado combustível” em um assunto sensível, mas aproveitou para voltar a atacar políticos de direita, dizendo que suas falas acabaram servindo de “cortina de fumaça” para ofuscar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Peninha destacou que não se considera um militante de esquerda e afirmou que o cancelamento do evento na PUC-RS teria ocorrido “em comum acordo”. Ele também disse que o vídeo polêmico foi retirado do ar pelo próprio Instagram, e não por iniciativa dele.





