Privilegiados com dinheiro público: vereadores não eleitos de Manaus aprovam Plano de Saúde para eles e seus familiares; veja vídeo
Manaus – Nesta segunda-feira (25/11), a Câmara Municipal de Manaus protagonizou mais um capítulo que exemplifica a desconexão entre os políticos e a realidade dos cidadãos. O Projeto de Lei nº 456 de 2024, aprovado sob a liderança do presidente em exercício, Caio André (União Brasil), estende a cobertura de planos de saúde para vereadores não reeleitos e seus comissionados.
O projeto, que gerou indignação nas redes sociais e entre especialistas, permite que ex-parlamentares e seus familiares continuem desfrutando de um plano de saúde custeado pelos próprios beneficiários, mas com a estrutura e condições especiais que a Câmara proporcionava enquanto estavam no cargo.
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Plano vitalício: benefício ou privilégio?
A justificativa para a aprovação da proposta é surpreendente: vulnerabilidade. Sim, os vereadores fora do mandato argumentaram que perder um cargo público os coloca em uma situação de fragilidade tão grande que só um plano de saúde exclusivo seria capaz de oferecer um “alívio”.
“É um gesto simbólico de amparo”, justificou um dos apoiadores do projeto. No entanto, a aprovação não parece nada simbólica para a população, que enfrenta um sistema de saúde público sobrecarregado e filas intermináveis nos hospitais.
Mordomias garantidas
Enquanto o cidadão comum luta para pagar mensalidades cada vez mais caras em planos privados ou se resigna ao caos do sistema público, os vereadores fora do mandato asseguram o acesso a uma estrutura de excelência. Na prática, o projeto de lei consolida um benefício que perpetua privilégios, mesmo após o término de suas funções legislativas.
Ex-parlamentares como Glória Carrate (PSB) e Lissandro Breval (PP) já são conhecidos por ocuparem cargos comissionados em outras esferas públicas, o que reacende o debate sobre o uso do sistema público como um carrossel de privilégios.
Reação popular e crítica de especialistas
A aprovação gerou indignação imediata, com críticas sendo levantadas por especialistas em ética pública e pela população manauara. “É uma afronta à moralidade administrativa e ao princípio da igualdade”, comentou um analista político, destacando que o projeto ignora as dificuldades enfrentadas pela maioria dos brasileiros.
Nas redes sociais, internautas ironizaram a decisão: “Enquanto nós, meros mortais, enfrentamos o SUS, os ex-vereadores estão preocupados com a própria saúde. Literalmente!”




