Principal doador da Campanha de Amom defendeu Mouhamad Moustafa na Operação Maus Caminhos
Manaus – O principal doador da campanha do deputado federal Amom Mandel (Cidadania) para a Prefeitura de Manaus, o empresário Julio Cezar Furtado de Queiroz, foi uma das testemunhas de defesa no processo da Operação Maus Caminhos. Essa operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em setembro de 2016, investigou o desvio de mais de R$ 100 milhões da saúde pública do Amazonas e resultou na cassação do então governador José Melo.
De acordo com dados do Divulgacand, Julio Cezar doou R$ 137.000,00 para a campanha de Amom, representando 48% das contribuições recebidas. O próprio Amom aparece como o segundo maior doador, com R$ 100.000,00, seguido por Vasco Pereira do Amaral, que contribuiu com R$ 30.000,00. Todas as doações foram realizadas via CPF.
Quando questionado sobre a ligação entre o empresário e o escândalo de corrupção que abalou o Amazonas, Amom respondeu de maneira sarcástica por meio de sua assessoria: “Tenho a dizer que se vocês se esforçarem mais um pouco, uma hora chegarão a Caim, Abel e outros ancestrais meus”. A resposta gerou críticas, dado o teor da acusação e a falta de clareza por parte do candidato.
Ataques à imprensa
Esta não é a primeira vez que Amom Mandel reage de forma ríspida ou debochada a questionamentos da imprensa. Recentemente, durante o debate na Band Amazonas, realizado no dia 8 de agosto, a jornalista Paula Litaiff, da Band News e Revista Cenarium, questionou o uso de fone de ouvido por Amom, alegando que ele não usava o dispositivo em outras ocasiões políticas. Amom respondeu acusando Litaiff de capacitismo e insinuou que ela estaria agindo para proteger outro candidato.
Anteriormente, durante a convenção do Cidadania, Amom confrontou uma equipe do portal CM7, que o questionou sobre a pouca idade e experiência de sua chapa. Em resposta, Amom atacou o veículo, mencionando seus financiadores e recusando-se a responder perguntas que considerava “mal-intencionadas”.
Operação Maus Caminhos e Testemunhas de Defesa
Julio Cezar Furtado de Queiroz, o maior doador da campanha de Amom, foi um dos que testemunharam em defesa de Mouhamad Moustafa, apontado como líder da organização criminosa que desviou cerca de R$ 110 milhões do Fundo Estadual de Saúde. Mouhamad recrutou para sua defesa figuras influentes, incluindo ex-secretários estaduais e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas. Na época, o empresário chamou personagens até pouco tempo do primeiro escalão do governo estadual. Eram eles: o ex-secretário de Administração do Governo (Sead) Evandro Melo (Pros); os ex-secretários de Saúde (Susam), Wilson Alecrim, que comandou a pasta por cinco anos, e Pedro Elias, que permaneceu à frente da secretaria por um ano e meio; e o ex-chefe da Casa Civil, Raul Zaidan. Moustafa convocou também o então presidente da Comissão Geral de Licitação do Governo do Estado (CGL), Epitácio de Alencar e Silva Neto, e o ex-presidente do Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA), Julio Cezar Furtado de Queiroz.
A Operação Maus Caminhos revelou um esquema complexo de desvio de verbas públicas através de contratos fraudulentos com o Instituto Novos Caminhos, responsável pela gestão de várias unidades de saúde no Amazonas. A organização criminosa liderada por Mouhamad tinha até um braço armado, composto por policiais, para garantir a segurança das operações ilícitas.
Com auxílio de informações via Laranjeiras FM e Acrítica