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Prefeito de Maués faz ataque machista contra Marcelly Veras: “era para estar na beira do fogão ou então levando vara”; vídeo

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Prefeito de Maués faz ataque machista contra candidata Marcelly Veras: "era para estar na beira do fogão ou então levando vara"; vídeo

Amazonas – Em plena corrida eleitoral para as eleições municipais de 2024, Maués, distante 257 quilômetros de Manaus, está sendo marcado pela baixaria e machismo do atual prefeito Carlos Roberto de Oliveira Júnior, conhecido como Júnior Leite (PSD), contra sua adversária política Marcelly Veras (PDT). Durante uma caminhada de campanha no bairro Santa Luzia, nesta segunda-feira (9), Júnior Leite foi flagrado proferindo falas preconceituosas e de ódio direcionadas à candidata à prefeitura.

Em um áudio que viralizou nas redes sociais, o prefeito não economizou nas ofensas: “Essa mulher era para estar na beira do fogão ou então ‘levando vara’. Não mandei entrar nesse meio, então foda-se. Vou deixar uma coisa bem clara, eu imito ela quantas vezes quiser”, disse Júnior Leite, utilizando palavreado de baixo calão e machismo descarado. Além disso, o prefeito imitou a voz de Marcelly Veras de forma afeminada, tentando descredibilizar sua candidatura.

Reação de Marcelly Veras e ação judicial

Os advogados de Marcelly Veras anunciaram que irão acionar a justiça, acusando Júnior Leite de violência política de gênero. Essa forma de violência, que visa impedir ou dificultar a participação política de mulheres, está prevista na Lei n.º 14.192/2021, que proíbe qualquer conduta que menospreze ou discrimine mulheres por sua condição de gênero, cor ou etnia no contexto político.

De acordo com a lei, não é necessário que haja agressão física para que o ato seja considerado crime. A pena para violência política de gênero varia de 1 a 4 anos de reclusão e multa. Em casos envolvendo mulheres com mais de 60 anos, gestantes ou pessoas com deficiência, a pena pode ser ampliada para até 5 anos e 4 meses.

Repúdio ao discurso de ódio

O episódio gerou grande repercussão e várias mulheres e cidadãos de família em Maués se manifestaram em repúdio às declarações de Júnior Leite. “Isso não coisa que se diga a nenhuma mulher, com esse palavreado. Se fosse dito isso pra minha filha, esse prefeito ia pra ripa”, desabafou seu Chico, pescador do município.

As falas do prefeito reforçam a necessidade de debater e combater a violência política de gênero, que ainda afasta muitas mulheres da vida pública e impede sua participação plena no processo democrático.

Com a proximidade das eleições, espera-se que a Justiça Eleitoral tome providências para garantir um ambiente de respeito e igualdade para todos os candidatos, independentemente de gênero. Para Marcelly Veras, os ataques não diminuem sua determinação: “Vou continuar lutando pelo povo de Maués, apesar de qualquer tentativa de me silenciar”, declarou a candidata em nota.


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