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Nomeado por Wilson Lima, ex-chefe da CEMA foi investigado por desvio de testes de Covid e multado em R$ 2,5 milhões

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Nomeado por Wilson Lima, ex-chefe da CEMA foi investigado por desvio de testes de Covid e multado em R$ 2,5 milhões

Amazonas – A Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) se transformou em um dos maiores símbolos da má gestão na área da saúde do Estado. As escolhas equivocadas do governador Wilson Lima (UB) para a direção da unidade resultaram em escândalos que até hoje mancham a administração pública. Entre os nomes mais polêmicos está o do ex-coordenador Erike Barbosa de Carvalho Araújo, envolvido em desvio de insumos, alvo de investigações por fraudes em licitação e condenado a devolver milhões de reais aos cofres públicos.

Em janeiro de 2022, a Polícia Civil de Roraima apreendeu um carregamento de mais de três mil testes rápidos de Covid-19 que haviam sido desviados da rede pública de saúde do Amazonas. O material, que deveria atender pacientes amazonenses em plena pandemia, estava sendo transportado para Roraima.

De acordo com a investigação, a carga não possuía registro de doação oficial entre as secretarias de saúde dos dois estados, o que confirmou a suspeita de desvio. A hipótese levantada foi de que os testes seriam vendidos para clínicas particulares em Boa Vista.

Na época, Erike Araújo ocupava o cargo de coordenador da Cema e foi apontado como responsável pela transferência ilegal dos insumos. Apesar da gravidade do caso, o inquérito aberto pela Polícia Civil do Amazonas segue sem desfecho até hoje.

Poucos meses depois do episódio, em 2022, Erike Araújo tentou se lançar candidato a deputado estadual em Roraima. A coincidência levantou suspeitas de que o desvio dos testes teria como pano de fundo um projeto político de conquistar apoio no estado vizinho. A estratégia, no entanto, não deu certo: ele não conseguiu se eleger.

As relações de Erike com Roraima não começaram naquele ano. Entre 2019 e 2021, ele e sua empresa Femax Serviços e Comércio Eireli foram investigados pela CPI da Saúde da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). O relatório final indiciou o ex-coordenador por uma série de crimes, como fraudes em licitação, improbidade administrativa, tráfico de influência, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Apesar desse histórico, Wilson Lima nomeou Erike Araújo para comandar a Central de Medicamentos do Amazonas. Foi durante sua gestão que ocorreu o desvio dos três mil testes de Covid-19, em plena crise sanitária, quando a população enfrentava a falta de oxigênio e de insumos hospitalares.

Após o escândalo, Erike foi afastado do cargo e, posteriormente, exonerado.

O fim da passagem de Erike pela Cema não poderia ser diferente: em 2023, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) reprovou suas contas e aplicou uma multa de R$ 2,5 milhões, a maior entre os quatro ex-coordenadores punidos naquele ano.

De acordo com o voto da conselheira Yara Lins, a penalidade ocorreu por causa da falta de comprovação de despesas, pagamentos sem cobertura contratual válida e ausência de justificativas para indenizações feitas pela Cema. O gestor chegou a ser notificado para apresentar defesa, mas nunca encaminhou justificativas.





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