Maria do Carmo decepciona direita do Amazonas ao contratar marqueteiro ligado ao PT e à campanha de Hugo Chávez
Amazonas – A empresária Maria do Carmo, pré-candidata ao governo do Amazonas pelo PL, deu um passo polêmico na montagem de sua equipe de campanha. Apesar de ter recebido o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, ícone da direita nacional, Maria surpreendeu parte da base conservadora ao contratar George Wilde como marqueteiro — um nome amplamente conhecido por sua atuação em campanhas do Partido dos Trabalhadores (PT) e, ainda mais controverso, por ter participado da eleição de Hugo Chávez na Venezuela.
A escolha causou incômodo entre apoiadores fiéis ao bolsonarismo, que veem com desconfiança a entrada de um estrategista com histórico diretamente ligado à esquerda mais radical. Wilde já trabalhou nas campanhas de Dilma Rousseff e Fernando Haddad, além de ter integrado a equipe de João Santana, responsável por anos de comunicação petista. Sua atuação ao lado de Hugo Chávez, figura central do regime autoritário que arruinou a Venezuela, apenas acende ainda mais os alertas dentro da direita amazonense.
A decisão de Maria do Carmo parece revelar uma contradição entre o discurso e a prática. Embora ela busque se apresentar como o nome bolsonarista para o governo do Amazonas, a escolha de um marqueteiro que já operou para o PT e regimes de esquerda enfraquece a narrativa de renovação conservadora que ela tenta construir.
O apoio de Bolsonaro, embora ainda influente, pode não ser suficiente para conter a crescente desconfiança de eleitores que esperam coerência ideológica de seus representantes. Em tempos onde a direita exige clareza, valores e lealdade, alianças ambíguas podem custar caro nas urnas.
Agora, resta saber se Maria do Carmo explicará publicamente sua decisão e como pretende manter seu discurso de direita enquanto entrega a comunicação de sua campanha a alguém com DNA político historicamente ligado à esquerda que ela promete combater.
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