Maio Laranja: senadora Damares Alves lidera mobilização nacional contra a vi0lência s3xual inf4ntil; veja vídeo
Brasil – A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) lidera no Senado Federal uma audiência pública marcada por fortes relatos e dados alarmantes sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. A iniciativa integra a campanha Maio Laranja, mês de conscientização e enfrentamento deste grave problema social.
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Em seu discurso, divulgado nas redes sociais nesta quarta-feira (28/5), Damares emocionou os presentes ao relatar um dos casos mais chocantes registrados no país: uma menina de apenas cinco dias de vida, vítima de estupro no município de Tapauá, no interior do Amazonas. “Infelizmente, entramos para o Livro dos Recordes como o país com a vítima mais jovem registrada em boletim de ocorrência. Ela ainda estava com o cordão umbilical. O agressor? O marido da avó”, relatou, com a voz embargada.
A senadora contou que visitou a bebê quando ela tinha apenas 16 dias de vida. A criança sobreviveu, em estado grave, graças à intervenção médica rápida. “O médico legista que atendeu a menina chorava. Ele mesmo havia feito o parto da criança cinco dias antes”, narrou Damares, destacando a brutalidade do crime. Segundo ela, os pais — muito jovens e inexperientes —, ao verem a filha ensanguentada, acreditaram que fosse uma doença congênita e correram com a bebê ao hospital. “Quando chegaram lá, o médico reconheceu a criança e confirmou: ela nasceu saudável. Foi então que se constatou o abuso”, detalhou.
Aumento alarmante nas denúncias
Durante a audiência pública, realizada na Comissão de Direitos Humanos (CDH), da qual é presidente, Damares apresentou dados recentes da Ouvidoria Nacional do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que revelam um crescimento de 22,6% nas denúncias de violação de direitos contra crianças e adolescentes em 2024. Apenas neste ano, já são quase 290 mil casos registrados. “A violência cresce de forma assustadora. O número de denúncias triplicou. Precisamos entender: aumentaram os crimes ou as denúncias?”, questionou.
Ela também destacou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019, que indicam que 27% dos jovens entre 15 e 29 anos afirmaram ter sido vítimas de algum tipo de agressão física, psicológica ou sexual. “Diante desse cenário, é urgente debatermos soluções. Não podemos aceitar que o Brasil continue sendo o pior país da América do Sul para se nascer menina”, afirmou.
Propostas e medidas legislativas
Damares aproveitou a audiência para defender a aprovação de projetos de lei que proíbem a nomeação de condenados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes para cargos públicos. “Já apresentei esse projeto em nível nacional, mas como a tramitação é demorada, estou pedindo que vereadores aprovem leis similares em seus municípios. Esse debate precisa ter impacto concreto na vida real”, destacou.
Ela também reforçou a necessidade de um cadastro nacional, amplamente divulgado, com a identificação de criminosos sexuais. “As famílias precisam saber onde estão os bandidos. Eles devem apodrecer na cadeia”, defendeu.
Educação e prevenção
A audiência pública também debateu a importância da educação preventiva, detalhando os principais tipos de violência sexual que afetam crianças e adolescentes, como pornografia infantil, grooming, sexting e cyberbullying. “Não é só sobre denunciar depois que acontece. É sobre educar para que não aconteça”, pontuou Damares.
Uma luta pessoal e coletiva
Sobrevivente de abuso sexual na infância, a senadora emocionou ao compartilhar sua trajetória. “Eu sou uma dessas meninas que sobreviveu. E não vou parar enquanto houver uma criança sofrendo violência nesse país”, declarou. Ela lamentou que o Brasil ainda seja o maior produtor mundial de imagens de abuso infantil e reforçou que a luta é diária: “Todos os dias devem ser laranja”.
Mobilização nacional
A campanha Maio Laranja, liderada por Damares, tem mobilizado parlamentares e lideranças republicanas em todo o país. No Rio de Janeiro, a deputada estadual Tia Ju promoveu uma caminhada em Copacabana com faixas e cartazes de conscientização. “Criança não tem voz, e nós precisamos ser a voz delas”, disse.
Nas redes sociais, a deputada federal Franciane Bayer também reforçou o apelo: “Não basta se comover; é preciso agir, denunciar e cobrar políticas públicas eficazes que assegurem uma rede de proteção sólida e permanente para nossas crianças”.