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“IA não pode ficar na mão de bilionários”, diz Lula durante cúpula no Brics

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“IA não pode ficar na mão de bilionários”, diz Lula durante cúpula no Brics

Mundo – Em mais um discurso carregado de retórica populista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a cúpula do Brics, neste domingo (6), para criticar o avanço da inteligência artificial e o suposto monopólio de bilionários sobre as novas tecnologias. A fala, no entanto, escancara o abismo entre o discurso do petista e a realidade de seu governo, que se apoia justamente em alianças com grandes corporações, banqueiros e velhos caciques políticos.

“A inteligência artificial não pode ser um privilégio de poucos países ou instrumento de manipulação na mão de bilionários”, declarou Lula, como se seu governo não estivesse cercado de nomes ligados ao capital financeiro, à velha política e aos lobbies que movimentam Brasília.

O presidente, que desde seu retorno ao poder tenta resgatar o verniz de defensor dos pobres, se coloca agora como o “guardião da ética digital”, mesmo sendo aliado de empresas que lucram bilhões com tecnologia, mineração de dados e impulsionamento de campanhas nas redes. Além disso, a aproximação do petista com bilionários da mídia e do mercado financeiro levanta suspeitas sobre a sinceridade de suas críticas.

Enquanto condena a concentração de poder tecnológico nas mãos de poucos, Lula lidera um governo que censura, persegue adversários nas redes sociais e busca mecanismos de controle da informação, usando agências governamentais como guarda-chuva para cercear a liberdade de expressão. Em vez de se preocupar com o “fair use” defendido por big techs, o Brasil sob Lula vive um momento preocupante de vigilância estatal e imposição de narrativas únicas.

A proposta de uma “governança global da IA” defendida por Lula soa bonita no papel, mas revela intenções de criar um sistema centralizado, burocrático e possivelmente ideológico, onde só governos amigos do regime terão voz. É uma tentativa disfarçada de internacionalizar o controle da informação, sob a bandeira da inclusão.

Em outro trecho do discurso, Lula atacou medidas ambientais da União Europeia, afirmando que “políticas legítimas não devem ser confundidas com protecionismo disfarçado”. A crítica ocorre justamente quando o Brasil enfrenta pressão global por conta do avanço do desmatamento e das promessas não cumpridas de preservação.

Lula se coloca como defensor do agronegócio e das exportações, mas ignora que parte de sua base política, especialmente a ala mais ideológica do PT e seus aliados internacionais, demoniza o setor produtivo rural brasileiro e tenta impor pautas ambientalistas radicais que inviabilizam o crescimento econômico.

Na velha retórica de confronto com o FMI e o Banco Mundial, Lula novamente se apresenta como vítima do “modelo neoliberal”, embora o Brasil de seu governo seja um dos maiores pagadores de juros do mundo. O presidente insiste que os emergentes financiam os ricos, mas omite o fato de que, durante suas gestões anteriores, bilhões foram enviados para ditaduras aliadas por meio do BNDES, em vez de serem investidos na saúde, educação ou segurança pública do Brasil.

A acusação de que os trilhões acumulados por bilionários desde 2015 são culpa de um “sistema injusto” soa estranha vinda de alguém que, no auge da pandemia e da crise econômica global, pagou bilhões em emendas parlamentares para manter sua base unida e acomodar aliados em estatais.





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