Governo do AM usa morte de estudante e pauta LGBT para se promover, e família rebate: “ele não era gay”
Manaus – A trágica morte do estudante Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, espancado até a morte no bairro Gilberto Mestrinho, na zona Leste de Manaus, continua gerando repercussão e agora provocou uma crise de indignação entre familiares e o Governo do Amazonas. Isso porque a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) publicou, nesta terça-feira (8), uma mensagem nas redes sociais associando o crime à homofobia e à pauta LGBTQIAPN+, o que foi repudiado pela família do jovem.
A postagem, feita no Instagram oficial da Sejusc, afirmava:
“Lamentamos profundamente a morte de Fernando Vilaça. Não sabemos a orientação sexual dele, mas a suspeita de ele ser LGBTQIAPN+ foi o suficiente para sua morte. Nos solidarizamos com a família e reforçamos que lutar contra o preconceito é um dever de toda a sociedade. Viver com liberdade e respeito é um direito que não pode ser violado.”
A publicação foi acompanhada de fotos de um evento promovido pela secretaria: o “1º Circuito do Orgulho” em Parintins, criando um vínculo direto entre a tragédia e a agenda LGBT promovida pelo governo.
Família se revolta com insinuações
O conteúdo foi duramente criticado por parentes de Fernando, que alegam que o governo está se apropriando da dor da família para autopromoção política e que Fernando não era homossexual. Uma prima do adolescente se manifestou nas redes sociais:
“Meu primo não era gay. Simplesmente não se misturava com gente ruim, e pelo modo de ele ser um menino criado dentro de casa, era chamado de vários nomes homofóbicos. Só pra deixar claro.”
A declaração reforça o que já havia sido relatado por vizinhos e amigos: Fernando era vítima de bullying constante, sofria ataques verbais por seu jeito reservado e por ter cabelo comprido, mas não havia qualquer indicação de que ele fosse LGBT.
Acusações de oportunismo
A postura da Sejusc foi classificada por internautas como desrespeitosa, política e oportunista. Muitos apontaram que o governo usou a tragédia como vitrine para sinalizar valor e promover suas ações voltadas à comunidade LGBTQIA+, mesmo sem confirmação sobre a motivação do crime ou sobre a orientação da vítima.
Segurança abandonada
Além da tentativa de capitalizar politicamente sobre a morte de Fernando, o Governo do Amazonas vem sendo duramente criticado pelo abandono da segurança pública, especialmente nas periferias de Manaus, onde facções criminosas e traficantes controlam áreas inteiras sem qualquer enfrentamento real do Estado.
Em comunidades como o bairro Gilberto Mestrinho, onde Fernando foi morto, traficantes impõem regras violentas, são notoriamente homofóbicos e apoiam “galerosos” — grupos de jovens que perseguem e intimidam minorias, sobretudo LGBTQIA+ e pessoas com comportamentos diferentes dos padrões impostos pela criminalidade local. Para especialistas e lideranças comunitárias, o silêncio do governo diante dessa realidade, enquanto foca em ações midiáticas, evidencia um favorecimento indireto a esse sistema opressor, que continua a fazer vítimas entre jovens inocentes e vulneráveis.