Farofa de ovos pelo preço de luxo: saiba quem é a empresa que faturou R$ 28 milhões da merenda escolar no governo Wilson Lima
Amazonas – O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), firmou um contrato superior a R$ 28 milhões com a empresa ECOPOLIE DA AMAZONIA LTDA, de propriedade de Vitor Ciarline Rabelo, a empresa está localizada na Av. Margarita, 204, bairro Cidade Nova, Manaus, para o fornecimento de alimentos destinados à merenda escolar das escolas estaduais.
O contrato deveria garantir alimentação de qualidade aos estudantes, mas denúncias apontam para falhas graves na execução do serviço.
O contrato, com vigência de 12 meses, previa o fornecimento de itens como músculo bovino e leite, garantindo uma dieta equilibrada para os alunos da rede estadual.
No entanto, estudantes relataram receber farofa de ovos como única refeição, demonstrando um completo descompasso entre o valor milionário do contrato e a qualidade real da merenda.
O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) instaurou inquérito civil para apurar a qualidade nutricional da merenda escolar e possíveis irregularidades financeiras.
Inspeções foram realizadas em escolas estaduais de Nova Olinda do Norte, incluindo o Ceti Professora Rosária Marinho Paes, a Escola Estadual Isabel Barroncas e a Escola Estadual Paulo de Sá. Gestores, professores e alunos foram ouvidos sobre a qualidade da alimentação.
A promotora de Justiça Tainá dos Santos Madela reforçou que “a merenda escolar não é apenas um direito das crianças, mas um dever do Estado. Garantir esse direito é proteger a dignidade e o futuro dos estudantes”. As fiscalizações continuarão para responsabilizar eventuais envolvidos.
Em maio deste ano, o deputado estadual Wilker Barreto também denunciou a precariedade da merenda no Colégio Estadual do Amazonas, na capital, destacando a ausência de cardápio nutricional e problemas no fornecimento. Segundo o parlamentar, a situação reflete falhas mais amplas na gestão dos recursos da educação, incluindo atrasos em pagamentos a fornecedores e descumprimento da legislação sobre a aplicação de ICMS e Fundeb.
“Alunos recebem farofa de ovos como única refeição, fornecedores não são pagos e, ainda assim, o governo investe milhões em contratos que não garantem alimentação adequada. É um descaso com a educação e com o futuro das crianças”, criticou Barreto. Ele informou que formalizará denúncia junto à Promotoria da Educação do MPAM e encaminhará ofício à secretária de Educação, Arlete Mendonça, exigindo providências imediatas.
Especialistas alertam que a precariedade da merenda escolar compromete o desenvolvimento físico e intelectual dos alunos, afetando diretamente o desempenho em avaliações nacionais, como o Enem. O episódio evidencia que, mesmo com um contrato milionário, a merenda das escolas estaduais do Amazonas não cumpre seu papel de garantir alimentação adequada e direito à educação de qualidade.
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