Ex-secretário de Trump diz que Bolsonaro ainda seria presidente do Brasil se a agência USAID dos EUA não existisse; veja vídeo
Brasil – Michael Benz, ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado durante a administração de Donald Trump, fez acusações contundentes contra a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), sugerindo que a organização desempenhou um papel chave na derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 no Brasil. Em uma entrevista ao programa “The War Room”, Benz afirmou que a ausência da Usaid teria mantido Bolsonaro no poder e a internet do Brasil livre de interferências.
🚨“Se a USAID não existisse, @jairbolsonaro ainda seria o presidente do Brasil e o Brasil ainda teria uma internet livre e aberta.”
Foi que afirmou o norte-americano @MikeBenzCyber , que foi chefe da divisão de informática do Departamento de Estado durante o primeiro governo… pic.twitter.com/0TZGgEbfFy— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) February 4, 2025
Benz descreveu a Usaid como um braço de influência política global, trabalhando em conjunto com o Departamento de Estado, o Pentágono e a CIA. Ele alegou que a agência investiu milhões de dólares para enfraquecer o apoio a Bolsonaro, a quem ele se referiu como o “Trump tropical”. Benz argumentou que a Usaid foi decisiva ao financiar campanhas de censura e controle de informações, impactando diretamente a popularidade do ex-presidente brasileiro.
Ele criticou a Usaid por declarar o populismo como uma ameaça à democracia, afirmando que, com o crescimento de movimentos populistas ao redor do mundo, como os liderados por Trump nos EUA, Le Pen na França, Salvini na Itália e Farage no Reino Unido, a agência iniciou uma campanha de censura. Benz sugeriu que a Usaid usou fundos de contribuintes norte-americanos para influenciar o processo eleitoral no Brasil, apoiando projetos de combate à desinformação e pressionando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a censurar conteúdos de Bolsonaro em redes sociais como Twitter, WhatsApp e Telegram.
As acusações de Benz levantam questões sobre a atuação de agências internacionais em contextos eleitorais de outros países. Enquanto a Usaid é conhecida por promover democracia e direitos humanos, as alegações indicam um envolvimento estratégico em questões políticas internas, especialmente em nações onde líderes populistas têm força.
Benz detalhou como a Usaid supostamente pressionou por leis mais rigorosas contra as “fake news” para impedir que Bolsonaro usasse suas plataformas digitais para mobilizar seus apoiadores. Ele destacou a atuação de advogados financiados pela Usaid que teriam influenciado o TSE a tomar medidas repressivas contra conteúdos associados ao ex-presidente.
Essas denúncias se inserem em um contexto mais amplo de conflito entre movimentos populistas e as elites políticas e midiáticas globalmente. Benz defende que a internet deveria ser um espaço “livre e aberto”, algo que ele acredita ter sido comprometido pela intervenção da Usaid no Brasil.
A relação entre os EUA e o Brasil durante o governo Bolsonaro foi marcada por alianças e tensões, especialmente em questões de política externa. As acusações de Benz sobre a interferência da Usaid levantam questões sobre soberania e a integridade dos processos eleitorais, temas que estão sob crescente escrutínio em várias partes do mundo. Até o momento, a Usaid não emitiu uma resposta oficial às alegações de Benz.