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Ex-piloto que testemunhou sobre Ciro e Rueda recebeu mais de R$ 58 mil de instituição ligada ao PCC

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Brasil – Um novo desdobramento da Operação Carbono Oculto, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, expôs conexões preocupantes entre o crime organizado e o setor aéreo.

Documentos revelam que Mauro Mattosinho, ex-piloto da Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), recebeu mais de R$ 58 mil em pagamentos de uma instituição financeira investigada por lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os depósitos foram feitos pela BK Instituição de Pagamento S.A., também conhecida como BK Bank. Apenas entre abril e agosto de 2024, foram transferidos R$ 58,3 mil para a conta pessoal do piloto.

Mattosinho, que atuou na TAP entre novembro de 2023 e setembro de 2024, afirmou ainda que recebia salários formais relativamente baixos — entre R$ 3 mil e R$ 4 mil — complementados por depósitos extras em sua conta.

A TAP está registrada em nome da mãe do empresário Epaminondas Chenu Madeira, apontado como verdadeiro controlador da companhia.

Ele também é sócio de outras duas empresas de táxi aéreo, a ATL Airlines e a Aviação Alta, ligadas ao Capri Fundo de Investimento em Participações, administrado por Rogério Garcia Peres.

Segundo o Ministério Público, Peres é um dos articuladores do esquema que usava a BK Bank e fundos de investimento para movimentar e ocultar recursos do PCC.

O grupo também teria ligação com Mohamad Hussein Mourad, conhecido como Primo, e Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco.

A Altinvest, empresa ligada a Peres, negou qualquer relação com o crime organizado e repudiou as acusações, afirmando que atua dentro da lei e não administra fundos ligados a aeronaves.

A TAP, por sua vez, declarou que desconhecia qualquer envolvimento dos citados com atividades criminosas até a deflagração da operação.

A empresa disse ainda que não pode revelar informações de clientes sem ordem judicial.

O caso ganha ainda mais peso porque o ex-piloto Mattosinho foi testemunha em processos que citam figuras políticas de destaque, como Ciro Nogueira e Antônio Rueda.

As revelações levantam questionamentos sobre até onde vão as ramificações do esquema e como o crime organizado pode ter financiado ou se aproximado de setores estratégicos da política e da economia.

As investigações seguem em andamento, e novas quebras de sigilo podem aprofundar o elo entre o “banco do PCC”, empresários do setor aéreo e figuras políticas de alta projeção nacional.





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