Escândalo: Prefeitura de Manaquiri vai pagar mais de R$ 12 milhões para construção de escola e moradores suspeitam de superfaturamento
Amazonas – Um contrato milionário firmado pela Prefeitura de Manaquiri, sob a gestão do prefeito Nelson Pereira da Silva (MDB), tem causado revolta entre moradores da cidade.
A empresa E B Braulio Construções LTDA, inscrita no CNPJ nº 17.697.124/0001-70, foi a vencedora da Concorrência nº 003/2025 e garantiu um contrato de R$ 12.472.883,42 para a execução de serviços não especificados publicamente, conforme consta na ata da sessão e na proposta vencedora.
Populares ouvidos pela reportagem afirmam que os valores chamam atenção por estarem muito acima da média de contratos similares firmados em outros municípios amazonenses.
“É dinheiro demais para um serviço que nem foi explicado para a população. A gente não vê esse investimento sendo refletido em melhorias”, disse um morador da sede do município, que preferiu não se identificar por medo de retaliações.
Outro ponto que tem gerado críticas é a falta de detalhamento técnico disponível para consulta pública.
Embora o processo tenha sido declarado regular pela assessoria jurídica da própria prefeitura, a ausência de transparência quanto à real natureza da obra e sua metragem levanta suspeitas entre especialistas e cidadãos atentos à fiscalização do uso de recursos públicos.
Até o momento, vereadores da cidade não se manifestaram publicamente sobre o contrato.
A omissão do Poder Legislativo municipal também está sendo criticada por parte da sociedade civil organizada, que cobra uma atuação mais vigilante e independente dos parlamentares locais.
Essa não é a primeira vez que a Prefeitura de Manaquiri é alvo de críticas por contratos vultosos com empresas que, embora formalmente legalizadas, não demonstram histórico compatível com valores tão elevados.
A falta de licitações mais concorridas e o uso recorrente de critérios técnicos que limitam a competição também já foram alvo de apontamentos em outros momentos da atual gestão.
Diante do cenário, líderes comunitários estudam acionar órgãos de controle como o Ministério Público do Estado (MP-AM) e o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) para que seja feita uma auditoria nos valores contratados e na execução do objeto da licitação.
Enquanto isso, os moradores seguem cobrando mais transparência, fiscalização e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos em um município que ainda convive com carências básicas nas áreas de infraestrutura, saúde e educação.
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